Dois fins de semana, sete dias de apresentações, e com o final da 4ª edição brasileira do Rock in Rio, chega a hora de fazer um balanço do que aconteceu com o festival.
1. Sete dias de música, meses de mimimi
As reclamações quanto à escalação das atrações já são praxe em qualquer conversa que mencione o festival. A diferença é que, com a agilidade da internet e a amplificação de opiniões pelas redes sociais, virou padrão reclamar da quantidade de atrações pop no Rock in Rio. Nem adiantava explicar o histórico eclético de quem já apresentou nomes que vão de Elba Ramalho a Sandy & Júnior, de Moraes Moreira a Britney Spears. No fim das contas, depois de Slipknot e Metallica, ninguém reclamou mais de Katy Perry e Rihanna.
2. Cobertura na mídia: mais erros que acertos
A transmissão dos shows nas madrugadas da Globo foi limpa e seca, com pouco além das apresentações ao vivo e compactos dos shows anteriores. Zeca Camargo tinha pouco a dizer de cada banda a passar pelo Palco Mundo além de ‘fantástico’, ‘sensacional’, ‘arrasador’ e afins. Na cobertura do Multishow, pérolas e mais pérolas das apresentadoras e repórteres. Além do viral do momento na internet, a frase “Hoje é dia de rock, bebê!” pronunciada pela atriz Cristiane Torloni num estado etílico alterado em entrevista na área vip do evento.
Por outro lado, a transmissão completa do evento para o mundo todo via internet permitiu a milhões de brasileiros ter um gostinho do que foi estar na Cidade do Rock. Pra quem nunca pôde estar num Rock in Rio, foi possível sentir um pouco do clima do evento. A apresentação do Metallica foi a transmissão ao vivo mais assistida da história do YouTube – lembrando que esses dados não incluem o público brasileiro, que tinha o portal G1 como única opção para ver as apresentações online.
3. Bons shows, algumas decepções, gratas surpresas
Fora de lugar no meio de Jamiroquai, Janelle Monáe e Stevie Wonder, Ke$ha foi considerada por muitos o show mais fraco do Palco Mundo. Dentre as atrações internacionais, algumas não surpreenderam e apresentaram apenas o esperado como Katy Perry (espetáculo visual, voz questionável) e Rihanna (pouca cenografia, e vocais apenas na média).
Para este que vos escreve, talvez a maior decepção tenha sido o show de Frejat. Tocou os grandes sucessos, fez homenagens como “Malandragem” relembrando Cássia Eller, mas não deixou sua marca e nem de longe lembrou o show enérgico do Barão Vermelho que fez história 26 anos atrás.
Por outro lado, pudemos ver várias apresentações memoráveis para fãs e ouvintes de ocasião de algumas bandas. O Metallica acertou em cheio ao focar sua apresentação nas músicas mais antigas; o Coldplay emocionou, mesmo com várias músicas do cd novo que só sai dia 18 de outubro, e deu um show de música e luzes. O Brasil conheceu o groove de Janelle Monáe, e na mesma noite viu um inspirado Stevie Wonder fazer 100 mil pessoas cantar junto seus grandes sucessos e até clássicos da bossa nova como “Garota de Ipanema” e “Você Abusou”, naquele que foi unanimemente considerado pela crítica o melhor show do festival.
O Rock in Rio volta ao país em 2013, já com a confirmação de número menor de ingressos (reduzido de 100 mil para 85 mil por noite), e com venda antecipada já lançada. No fim das contas, o saldo foi positivo para o público, para os artistas, patrocinadores, e para o Rio de Janeiro, que agora ganha um novo centro de eventos e segundo a organização do evento, gerou uma renda de US$ 461 milhões para a cidade. Fica agora um gosto de quero mais. Que venha o Rock in Rio V!
“Houve de apresentações memoráveis a exageros performáticos, de personagens inesperados a imagens de encher os olhos. Mas as coisas não acabam por aqui. Afinal, todo dia é dia de rock, bebê.”
(matéria do G1 elegendo os momentos marcantes do festival – e fazendo uso, é claro, do bordão da vez)
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