Ao invés de fazer uma cobertura detalhada de cada episódio de Red Band Society, O Anagrama vai trazer uma review por mês, de preferência de episódios marcantes para a continuidade da série.
ATENÇÃO: esse review contem spoilers!
por Caio Coletti
Nós d’O Anagrama tivemos muita sorte com Red Band Society nessa primeira leva de 10 episódios que a série lançou. Todas as vezes que resolvemos checar a quantas andava o drama, caímos em episódios acima da média para o que a temporada tem apresentado – tanto o piloto (review) quanto “Ergo Ergo” (review) mostraram uma produção que tinha consciência perfeita dos seus personagens, do ambiente em que a história se passava e da forma de lidar com ele. O mesmo acontece em “What I Did for Love”, o fall finale da temporada (mais três episódios já foram gravados para finalizar o primeiro ano, mas a FOX não anunciou uma data de transmissão ainda), embora seja preciso destacar que em capítulos anteriores Red Band apresentou muito mais inconsistência de tom, falha natural para séries estreantes, do que aqui.
Lembra do Hunter, aquele rebelde sem causa que apareceu em “Ergo Ergo” para mexer com as estruturas da bad girl Kara? Os episódios passaram e o moço, que parecia mais um dispositivo de trama do que um personagem, ganhou em profundidade e personalidade, se tornando um dos mais valiosos jogadores da série nesse décimo episódio. A forma como a história dele revolve a vida da personagem interpretada por Zoe Levin é essencial para o desenvolvimento dela, mas é também uma narrativa muito forte por si só, que se entrelaça no tema e clima geral do episódio de maneira triunfante. “What I Did For Love” coloca os problemas pessoas dos protagonistas da série em perspectiva, mas não parece diminuí-los – é como se o espetáculo de intrigas e ciúmes fosse tão humano quanto qualquer coisa que acontecesse em um ambiente em que vidas estão em jogo o tempo todo.
Red Band reproduz assim, à sua maneira muito particular, a mágica de tantos outros dramalhões hospitalares que conquistam fãs de televisão por aí (a referência óbvia é Grey’s Anatomy, é claro). “What I Did For Love” é um bom episódio de TV porque tira seus conflitos de uma situação muito específica que seus personagens estão passando, e ao mesmo tempo consegue ressoar de uma forma muito universal para o espectador. O dilema moral de Jordi; a conexão entre Kara e Leo (Zoe Levin e Charlie Rowe tem uma química perfeita); até o humor que aparece no flerte entre a enfermeira Jackson e o Dr. Naday; tudo nessa décima entrada da temporada é muito bem equilibrado de uma forma que Red Band Society não exatamente foi durante toda a trajetória desses primeiros episódios.
Garantidamente, a série teve seus momentos extraordinários, especialmente para uma estreante. Mesmo sem um futuro garantido na FOX, Red Band pode descansar em paz se terminar por aqui (ao contrário dos fãs, que foram deixados com muitas dúvidas no final do episódio): cumpriu com méritos a missão de contar a história de personagens facilmente identificáveis, e retratar de forma muito humana a situação pela qual eles passam.
✰✰✰✰✰ (4,5/5)
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