9 de nov. de 2014

Red Band Society 1x06: Ergo Ergo

RED BAND SOCIETY: L-R: Leo (Charlie Rowe, L) and Kara (Zoe Levin, R) in the "Ergo, Ego" episode of RED BAND SOCIETY airing Wednesday, Nov. 5 (9:00-10:00 ET/ PT) on FOX. CR: Tina Rowden / FOX. © 2014 Fox Broadcasting Co.

Ao invés de fazer uma cobertura detalhada de cada episódio de Red Band Society, O Anagrama vai trazer uma review por mês, de preferência de episódios marcantes para a continuidade da série.

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

por Caio Coletti

Depois de um hiato de duas semanas, Red Band Society chega ao sexto episódio trazendo um ingrediente que nós nem havíamos percebido que a série precisava tanto: nervos à flor da pele. “Ergo Ergo”, muito provavelmente por obra da roteirista Jeannine Renshaw (Grey’s Anatomy), é o mais dramático, intenso e impactante capítulo da trama até agora, e isso não é de forma alguma algo ruim. Com os ânimos levantados, Red Band Society consegue acertar os pontos do seu humor – na maior parte do tempo, pelo menos –, e contar muito mais convincentemente o desenrolar das histórias de seus personagens. Até aqui, o clima de high school no ambiente hospitalar não tinha funcionado, mas bastou trazer uma escritora com experiência na área para descobrir que a saída para engajar o espectador não é se tornar mais realista ou discreto. Pelo contrário, Red Band é muito mais eficiente quando aumenta as emoções de seus personagens até o último volume.

A força do episódio como peça dramática é inegável. A roteirista Renshaw pega a história exatamente de onde a deixamos no 1x05 e conduz cada um dos nossos protagonistas por um trilho diferente: o triângulo amoroso entre Jordi, Emma e Leo ganha cores vivas e hormônios exaltados, dando oportunidade ao incrível trio de jovens atores que os interpretam, responsáveis por envolver o espectador nessa trama romântica que escapa do convencional, mas sabe como jogar com as pitadas certas de clichê; a história de Kara, por outro lado, é reescrita para lhe dar um novo interesse romântico na pele de Hunter (Daren Kagasoff, de The Secret Life of the American Teenager) – o moço é um rebelde sem causa e, por si mesmo, não representa nenhum grande feito de construção de personagem, mas é interessante a reação que ele provoca em Kara e como ele cataliza na moça desenvolvimentos emocionais que eram necessários a sua trajetória.

Oscilando entre uma storyline principal e outra, Dash mostra que pode ser um valioso Coringa na mão da roteirista certa. Não só o rapper Astro tem carisma de sobra para emprestar para o personagem, como o script parece entender a maturidade que ele representa para seus amigos e o insight realista que ele traz para a história. É mais ou menos o mesmo processo com a personagem de Octavia Spencer, absolutamente imperativa como Nurse Jackson – o domínio dramático e corporal da atriz sobre a personagem segura Red Band Society bem firme ao chão, mesmo com todo o novelão melodramático que se desenrola pelo episódio. Se credibilidade não é o forte da série da FOX, esses dois personagens parecem estar aqui para nos mostrar que os roteiristas não perderam o mundo real de vista.

É excitante observar a forma que Red Band evolui como narrativa. O hiato serviu para a série respirar e olhar para si mesma com mais cuidado, sem dúvida ajustando os futuros scripts (por enquanto, temos até o nono episódio garantido pela emissora, mas qualquer coisa além disso é incerta) para caber nessa série ao mesmo tempo mais e menos contida que vimos em “Ergo Ergo”. Mais contida porque sabe quando mexer com o emocional do espectador de forma direta, explorando menos e retratando mais a situação de saúde dos personagens; e menos contida porque não tem medo de mostrar o drama e a ansiedade que estão envolvidos em cada relação humana definida pelo roteiro. A identificação do público com os personagens foi elevada à enésima potência, e esse feito foi alcançado de forma bem simples: Red Band Society decidiu parar de contar sua história, e começou a contar uma história.

Observações adicionais:

  • Sobre o humor, já que não coube no review: a série está fadada a sempre pisar em ovos quando se trata das piadas, mas é notável a melhora de “Ergo Ergo” até nesse sentido. Em geral, os personagens de Red Band são melhores quando zombam de si mesmos do que quando zombam dos outros – mas isso não é meio que uma regra do mundo como um todo?
  • Mandy Moore! Awww!

✰✰✰✰✰ (4,5/5)

RBS1_106_BTS_TR-0138_hires2 [www.imagesplitter.net]

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