Dessa vez a gente deixou você meter o bico. Desde 28 de Novembro, quando a primeira enquete foi lançada lá no nosso Facebook, os álbuns que a gente ouviu esse semestre estiveram em votação para você decidir quais deles entrariam na nossa tradicional lista de melhores. Divididos em categorias (cada álbum estava presente em mais de uma), 49 concorrentes se transformaram em 12 álbuns vencedores – dois para cada uma das seis categorias. O número tradicional da lista é completado por 3 entre potenciais 40 melhores singles do semestre que a gente te apresentou nos últimos seis meses. Foram mais de 600 votos que decidiram o páreo. Tá curioso? A listá começa aí embaixo:
Indie/Alternativo
Two Door Cinema Club – Beacon (22 votos)
por Caio Coletti
“I’m coming home”, canta o vocalista Alex Trimble, sob uma tonelada de filtros, na gigantesca canção-título (e também a última do setlist) de Beacon, segundo álbum dos norte-irlandeses do Two Door Cinema Club. Dois anos depois da estreia celebrada em Tourist History, eles se unem ao renomado produtor Jacknife Lee (U2, Snow Patrol) para expandir o leque de suas influências e experiências musicais. O resultado é uma viagem por vezes intensa e por vezes sutil, mas que cobre uma gama incrível de gostos, abordagens e temas. A constante entre as letras compostas por Trimble é a viagem, a jornada, a procura por algo distante. E talvez por isso o final com “Beacon” (em inglês, o nome dado a uma sinalização proposital que serve para se encontrar um lugar – como uma faixa estendida onde será realizada uma festa) seja tão contundente, estourando todas as características musicais das outras faixas e trazendo o Two Door Cinema Club (e o seu ouvinte) de volta para casa.
A primeira parte do álbum é a menos sutil, mas não deixa de ser eficiente: “Next Year” abre os trabalhos com um refrão cheio de punch e uma parede de guitarras; “Wake Up” ainda aumenta o tom; “Sleep Alone” sobrepõe elementos francamente eletrônicos/disco e guitarras riffadas no melhor estilo da banda enquanto Trimble canta sobre passear pelo mundo dos sonhos; “Sun”, o segundo single, é provavelmente a melhor canção do álbum, com seu refrão belissimamente melódico e sua linha de baixo que sintetiza todas as melhores linhas de baixo do Two Door (além do lindo piano base que acompanha toda a canção). A segunda metade do Beacon deixa as coisas desacelerarem e mostra o lado sutil da banda: “The World is Watching” é uma pérola pop eletrônica com uma levada desacelerada e uma bela letra; “Spring” joga um riff de violão acústico apropriadamente caloroso no meio da batida mais orgânica que ela e “Pyramid” dividem.
Beacon leva o ouvinte em uma viagem impressionante por batidas, riffs, sintetizadores e outros gracejos do Two Door e do produtor Lee. E, se você fechar os olhos e se deixar levar, essa é uma jornada deliciosa de se acompanhar.
A Fine Frenzy – Pines (8 votos)
por Andreas Lieber
Crescer é uma das verdades inquestionáveis da vida. Todos nós aprendemos nos primeiros anos de escola que todos os seres nascem, crescem e morrem; mas qual é o som do crescimento? Do amadurecimento? Das lembranças da infância que se torna adolescência? Em seu último álbum, Pines, a norte-americana Alison Sudol, o rosto do projeto A Fine Frenzy, nos presenteia com os sons dessas mudanças. Tendo sido todo gravado ao vivo em uma semana chuvosa antes do Natal de 2011 em Los Angeles, o álbum narra a história de um pinheiro que passa por essas transformações e quer se tornar importante na vida, funcionando como uma das mais belas metáforas dos últimos tempos para um álbum repleto de auto reflexão e conhecimento sobre si próprio.
Andando em caminhos que, às vezes, se cruzam com seus dois álbuns anteriores, a melancolia do A Cell in the Sea (2007) e a altivez do Bomb in a Birdcage (2009), Pines é construído como um sopro de ar fresco que nos transporta a uma floresta de pinheiros, cercados pela melodiosa e doce voz de Sudol, que mostra mais uma vez sua incrível aptidão como compositora. Traçando delicadamente uma atmosfera de calma e paz interior, Pines vai de músicas extremamente bucólicas, como a “Winds of Wander” que começa com o canto de pássaros ao fundo e o violão que acompanha a suavidade da voz da cantora, crescendo em uma melodia intrigante que guarda os segredos de uma floresta ao vento, a outras que mesclam a animação de uma conquista com a alegria que a segue em “Now Is The Start”, onde ela canta “Hey, do you hear, do you hear that sound? It’s sound of the lost gone found. It’s the sound of the mute gone loud. It’s the sound of the new start.”. Em seu caminho rumo ao coração da natureza, Pines passa ainda por montanhas (“Avalanches (Culla’s Song)”), rios (“Riversong”), baleias cinzas ( “Dance of the Gray Whale” ) e o próprio mar (“Sadseasong”).
Pines é um lullaby-album orquestrado magistralmente pela delicadeza de Alison Sudol. É um álbum que coloca para dormir os medos do passado e abraça calorosamente a coragem de um novo começo, da aceitação do mundo como ele é e da luta que nós enfrentamos todos os dias por um futuro feliz. Pines é um suspiro de paz que nos faz soltar vários “awns” despreocupados.
Mais dois….
Bat For Lashes – The Haunted Man (6 votos)
Angus Stone – Broken Brights (6 votos)
Eletrônica
Ke$ha – Warrior (39 votos)
por iJunior
O segundo album da cantora americana Ke$ha realmente me surpreendeu. É impressionante como ela conseguiu fazer algo que, por mais diferente que seja do seu primeiro álbum Animal+Cannibal, manteve a “pegada $uja” e a qualidade, seja pelo chiclete dançante ou pelas letras muito bem cantadas e representadas. A música de abertura do álbum, que carrega o nome do próprio, o sela como um legado. É como uma declaração de quem ela é e quem é você ao dar play: um guerreiro. Warrior soou pra mim como um álbum bem de verão. Qualquer musica ali poderia servir de trilha sonora para um filme de romance juvenil de verão. E é muito fácil imaginar um videoclipe cheio de jovens felizes curtindo um dia ensolarado e, vindo da Ke$ha, cheio de glitter. E juvenil é uma das palavras que mais se encaixam nele, o Warrior tem uma pegada jovem do começo ao fim, aliás, nós vamos morrer jovens não é?
O álbum é alegre, agitado, um tanto pirado e até no seu lado mais sensível/sentimental conseguiu nos dar musicas pra ouvir até nos melhores momentos. É ímpar, único, seja pelo vocal único de Ke$ha ou pela produção, por mais que houvesse uma “Crazy Kids” a la “Like a G6” ou “Gold Trans Am” a la “Holliback Girl”, o álbum é sem igual e me pareceu ter sido realmente feito para os fãs, pra marcar uma geração.
Calvin Harris – 18 Months
por GuiAndroid
Há quem diga que Calvin Harris é o novo David Guetta, porém há divergências no estilo dos dois que só quem é adepto de longa data do gênero eletrônico sabe discernir. Eu não sou uma dessas pessoas. Confesso que nunca fui fã de eletrônica, mas comecei a ser agora, com essa nova leva de produções do meio; o novo álbum do D. Guetta, Nothing But the Beat 2.0, me animou bastante, há amigos meus que por razões exóticas dizem que “Titanium” é a "minha música", há controvérsias. Enfim, a minha review é sobre o 18 Months do jovem feat. bonito Calvin Harris, e confesso que não fiquei muito impressionado com “We Found Love” num primeiro momento, mas depois de alguns meses me peguei repetindo "we found love in a hopeless place... we found love tan tan tan", pois é. Então ouvi “Sweet Nothing” com a participação da Florence Welch, e fiquei maravilhado com o estilo dele, um trabalho bastante harmonioso entre a voz e a batida.
Okay, então entrei numa vibe (acho que não se fala mais assim hoje em dia, minha mente tem 60 anos) de Ellie Goulding, depois de muitos esforços de Sir Caio Coletti para me fazer gostar dela, decidi que era hora de alguém me mostrar as luzes que me impediriam de me tornar uma pedra (piada infame) e depois de um tempo me vi apaixonado e repetindo "I need your love, I need your time blablabla when everything's wrong you make it right" , e foi assim que “I Need Your Love” feat. Ellie Goulding se tornou #1 no meu top 10 por quase um mês. Graças às participações Calvin Harris se consolidou em 2012 com seu 18 Months como um ótimo DJ e com ótimas parcerias. Sinto que em breve “Drinking from the Bottle” feat. Tinie Tempah se tornará seu mais novo sucesso, a canção é perfeita para baladas e segue o estilo de música que tem feito sucesso nas massas atualmente. E ficam por aí os elogios. O resto não é lá tão louvável assim.
Mais dois…
Muse – The 2nd Law (15 votos)
Banda UÓ – Motel (10 votos)
Rock
Muse – The 2nd Law (18 votos)
por Andreas Lieber
“Odisseia gangsta-rap-jazz cristã com um rebelde dubstep ambiente e um flamenco-metal-cowboy psicodélico de derreter o cérebro”. Foi assim que Matt Bellamy descreveu, brincando em seu Twitter, o sexto álbum da banda de rock britânica Muse, o The 2nd Law. Só que de brincadeira esse tweet não tinha nada. Que o Muse é uma das bandas mais versáteis e influentes no cenário da música atual não é novidade a ninguém, mas quando o projeto do The 2nd Law começou a ganhar corpo, muitos se perguntaram se essa mistura toda daria certo. Dubstep e rock? Synth e baladinhas? Qualquer grupo tremeria diante de tal proposta, mas acrescente aí uns agudos de Matt e a genialidade musical de todos os integrantes da banda e o resultado é que a única coisa que o Muse tremeu foi a poeira das bases de uma indústria amarrotada.
A constante capacidade de mudança do Muse faz com que o The 2nd Law seja construído em bases contraditórias, mas que se agrupam harmoniosamente. Continuando com um rock de riffs, solos de piano e influências clássicas como Queen e David Bowie como plano de fundo, as músicas se ramificam em faixas como “Madness” e “Follow Me”, que possuem letras bem elaboradas e melodias complexas, um funk rock presente em obras de Michael Jackson em “Panic Station” (que ganhou um selo explicit lyrics) e um diferencial eletrônico e de batida dubstep, influências de Skrillex, que rodeia todo o álbum e chega ao ápice nas duas faixas finais “The 2nd Law – Unsustainable” e “The 2nd Law – Isolated System”; o nome do álbum é explicado, inclusive, em passagem da penúltima, onde vozes eletrônicas explicam a segunda lei da termodinâmica (física, Muse?!). As faixas “Save Me” e “Liquid State” ganham destaque por terem sido escritas e gravadas pelo guitarrista da banda, Chris Wolstenholme, que narra sua luta contra o alcoolismo. Um estilo mais padrão da banda é encontrado em faixas como “Supremacy” (alô, James Bond!) e “Survival”, que foi o tema oficial dos Jogos Olímpicos de 2012.
Tema sempre presente nos álbuns do Muse, os padrões cerebrais e neurológicos se manifestam no The 2nd Law através da arte da capa. Retirada do Human Connectome Project, ela representa os caminhos do cérebro, como ele reconhece e armazena informações; são os circuitos do processo neural representados em um neon colorido e ácido. O Muse junta influências diversas à sua vontade e capacidade de continuar mudando e alterando seu estilo, criando um álbum que, com certeza, marcará um novo rumo para sua carreira e contribuirá para a perpetuação da banda no mundo musical.
The Killers – Battle Born (13 votos)
por Amanda Prates
Quase quatro anos desde o lançamento do Day & Age, parecia que a espera por um novo álbum se tornaria interminável, mas em setembro deste ano o The Killers surpreendeu com o anúncio de Battle Born, quarto trabalho da carreira de Brandon Flowers e companhia. Mas o que talvez eles não esperassem fosse a divisão da crítica, sejam dos fãs, admiradores ou apenas ouvintes. Uns dizem que este é o mais fraco e meloso dos álbuns da banda, outros afirmam o contrário. Eu prefiro ficar ao lado destes últimos. O que se percebe é que o Battle Born foi pensado minuciosamente, deste as composições até a capa. O The Killers pensou em inovar, apresentando canções mais lentas em relação aos trabalhos anteriores, e acertou.
Nele, Flowers canta como nunca, mais entusiasmado e melhor conduzido às notas, talvez. “Flesh and Bone” não poderia deixar de ser a melhor canção para abrir o disco, por seus ótimos arranjos e a mensagem que entoa. Em “Runaways” , Brandon canta “You gotta know that this is real, baby / Why you wanna fight it? / It's the one thing you can't do”, e dá a esta o rótulo de melhor canção do álbum. “Here With Me” foge um pouco do propósito e assusta quando o líder canta no refrão “Don’t want your picture on my cellphone / I want you here with me”. A faixa-título é a que fecha para reforçar, com seus sintetizadores, o recado dado em Sam’s Town de uma banda que, mesmo com poucos anos de carreira, já tenha se consolidado no meio musical mundial, fato que se reforça com a terceira posição nas paradas da Billboard 200, na primeira semana do lançamento.
Mais dois…
P!nk – The Truth About Love (12 votos)
No Doubt – Push and Shove (10 votos)
Divas
P!nk – The Truth About Love (14 votos)
por Marlon Rosa
E eu, que sempre acreditei que o amor fosse um sentimento composto apenas por uma verdade? Eu, que sempre achei que houvesse uma definição clara, daquelas reduzidas a Dicionário Aurélio, sobre tal palavra. Aliás, pra esse tal de Aurélio, amor nada mais é do que um "1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa. 3. Inclinação ditada por laços de família. 4. Inclinação sexual forte por outra pessoa. 5. Afeição, amizade, simpatia. 6. Objeto do amor (1 a 5)." Mas será que é só isso? Será que dá pra colocar no papel de um dicionário a verdade sobre o amor?
O novo álbum da P!nk, The Truth About Love, me fez pensar exatamente sobre isso. Composto por 17 faixas, Alecia Beth Moore se predispõe a co(a)ntar toda a verdade sobre o amor. Com uma qualidade que já é padrão em seus álbuns, e uma diversão que só ela tem em contar sobre ilusões e desilusões, P!nk nos entrega um álbum digno de Grammy (prêmio que eu acho que ela até ganharia, se não fosse os outros player com quem ela está concorrendo na categoria). Seu álbum é estrelado por dois protagonistas: o amor proprio e o amor incondicional por alguém. Através desses dois pontos de vista, Alecia mostra ora com entusiasmo, ora com melancolia as dificuldades em bancar ambos os papéis, e consegue provar que a verdade sobre o amor, não é uma só, que o amor não tem nada de singular; amor é plural!
Taylor Swift – Red (13 votos)
por Leonardo Balducci
Apostando no pop, Taylor Swift dá um espaço maior para suas composições em Red, que continua a descrever suas experiências de vida – principalmente amorosas. No entanto, a cantora não deixa de lado suas origens no country, que ainda predominam o repertório do álbum, mas com batidas mais insistentes.
As parcerias com Ed Sheeran e Gary Lightbody apenas complementam um disco tão bem exposto por Swift, que não tem medo nenhum de empregar algumas indiretas nas faixas. Apesar de “We Are Never Ever Getting Back Together” e “I Knew You Were Trouble” serem as músicas mais populares, “Begin Again”, “Red”, “Holy Ground”, “Come Back... Be Here” e “State of Grace” conseguem transmitir a essência dos sentimentos de Taylor de maneira simples e ainda causar uma reflexão e identificação com o ouvinte.
Mais dois…
Ellie Goulding – Halcyon (15 votos)
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Ke$ha – Warrior (14 votos)
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Soul
Joss Stone – The Soul Sessions Vol 2 (11 votos)
por Alex Grey
Enquanto alguns artistas seguem a moda de guiar suas carreiras mudando de estilos e sonoridade a cada álbum, Joss Stone mostra que encontrou sua melhor formula em suas origens musicais e retoma em The Soul Sessions Vol 2 o conceito de seu primeiro trabalho.
Em seu segundo álbum lançado por seu próprio selo, Stone constrói uma tracklist composta por regravações de seus clássicos favoritos do jazz, do soul e do blues do anos 70 e 80 como The Chi-Lites e Sylvia. Faixas como “For God’s Sake (Give More Power to The People)”, “Teardrops”, “While You're Out Looking For Sugar” e “Pillow Talk” podem ser destacadas como os pontos altos do álbum pelas extensas notas de umas (a abertura vocal da primeira faixa é impressionante) em contra partida com o controlado e baixo vocal de outras, demonstrando toda a diversidade sonora que a moça adquiriu e é mais que bem vinda.
Mesmo tão diversificado, The Soul Sessions Vol 2 está longe de ter o potencial comercial de Mind, Body and Soul e a grande graça em Joss Stone é isso ser proposital. E com a estréia no top 10 do charts do UK e Billboard, ela mostra que ter Number Ones nunca foi sinal de boa musica.
Leona Lewis – Glassheart (8 votos)
por Amanda Prates
Acusações de plágio, brigas judiciais e alguns adiamentos precederam o tão esperado terceiro álbum da vencedora do X Factor UK de 2006. Glassheart, se comparado aos trabalhos anteriores de Leona Lewis, é um disco mais maduro, mas que possui as mesmas fórmulas de sucesso usadas nos dois primeiros: baladas clássicas, pop e o dedo mágico de Ryan Tedder (OneRepublic). Há músicas melhor trabalhadas e que oscilam entre o pop excessivo e o R&B de Spirit e o pop mais soul de Echo, e a presença exclusiva do dubstep, elementos que denunciam claramente uma mudança, em termos de melodia e mensagem das letras, assumida por Leona.
"Trouble”, balada composta por Emeli Sandé, abre o disco com elementos trip hop, levada ao piano e um tanto incomum ao restante do álbum; sendo o primeiro single, com letra e clipe clichês, mas que conquistam numa primeira audição. “Lovebird”, single atual que ganhou clipe (lindo) recentemente, possui refrão grudento e te apaixona já nos primeiros versos. É em “Come Alive” que entra o tão invejável dubstep, com suas batidas animadas que dão um toque de vida ao disco. “I revive, I see you and I come alive / See you and I come alive” canta Leona e exagera no romantismo. O álbum não perde o ritmo com “Fireflies”, talvez uma das melhores faixas, mais uma baladinha que começa lenta e ganha força no refrão. Na faixa-título, ela está amando com seu coração de vidro, em contrapartida, é a faixa com maior presença do dubstep e este é melhor trabalhado do que em “Come Alive”, talvez esteja aí a “magia” que a faz ser a mais amada por quem ouve já na primeira vez.
Mais dois…
Alicia Keys – Girl on Fire (5 votos)
Lianne La Havas – Is Your Love Big Enough? (4 votos)
Pop
Ellie Goulding – Halcyon (17 votos)
por iJunior
O segundo álbum de Ellie Goulding pra mim só carregou do primeiro álbum, Bright Lights, os vocais. Ele é incrível, e isso eu digo com muita certeza, mas é um daqueles álbuns que causam uma certa reflexão longa nos fãs quando se lança a pergunta “Bright Lights ou Halcyon?” pois cada um é único e nem devem ser comparados. A pegada do Halcyon é mitológica, e isso é facilmente notado, seja pelos corais, harpas, pela pegada angelical e figurativa, ou pelas letras que envolvem essa mitologia com assuntos múltiplos que fazem parte da vida de qualquer pessoa. É como atuar uma história real readaptada e somada com uma estilização de um período histórico.
O Halcyon traz aquela discussão, aquele momento apaixonante, aquele sorriso abobado de felicidade ou quaisquer outros acontecimentos diários através de uma certa analogia temática muito bem construída. O álbum é superestruturado com uma musicalidade que foge completamente da homogeneidade que a atinge muitos álbuns atuais. Cada faixa é única por si. Além de trazer consigo diversas influencias musicais, como soul, eletrônico, pop, dubstep e R&B. O álbum me eleva a sentimentos diversos como se provocasse forçados déja-vus a cada faixa. É dançante, é contagiante, é viciante, é sentimental, é único, é marcante. É com certeza absoluta um dos melhores álbuns do ano.
Banda UÓ – Motel (12 votos)
por Felipe Cifarelli
“Vem pra Banda Uó / O som do brega eu quero ver o DJ tocar”. Engana-se quem acredita na letra do primeiro single do álbum de estréia da Banda Uó, “Faz Uó”. Recheado de batidas pop e eletrônicas, Motel vai muito além do ritmo brega que levou a banda ao reconhecimento em 2011. Em meio a um cenário escasso de música pop brasileira, o álbum traz uma opção de qualidade e que logo no primeiro momento já agrada aos ouvidos daqueles que apreciam uma música para se divertir.
Produzido pelo próprio membro da banda Davi Sabbag, com a colaboração do Bonde do Rolê e do DJ e produtor norte-americano Diplo, músicas como “Gringo”, que é o segundo single a ser lançado e “Malandro”, ainda não lançada, já são sucesso nas festas alternativas pelo Brasil. Além disso, o álbum traz influências de diversos outros ritmos brasileiros, como o sertanejo em “Cowboy” e o forró em “Chorei”. Vale destacar os ritmos de axé pop, pelas faixas “I <3 Cafuçú” e “Nêga Samurai”, com a participação da cantora Preta Gil. Ainda importadas da primeira fase da banda, com batidas de tecnobrega, “Vânia” e a faixa bônus “Shake de Amor” dão um embalo no cd. Classificado como “O disco mais ousado do ano”, o álbum ganhou ★★★★ (4/5) na crítica da Rolling Stone de dezembro, mostrando que o trio goiano veio para ficar.
Mais dois…
Ke$ha – Warrior (16 votos)
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P!nk – The Truth About Love (13 votos)
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Singles
Rihanna – “Diamonds” (12 votos)
por Caio Coletti
Segundo a crítica da revista Veja, Carol Nogueira, no Unapologetic, sétimo álbum de Rihanna e quarto a ser lançado em Novembros consecutivos, “tudo – até Chris Brown – é dispensável”. Ela diminui, em seu texto, o single “Diamonds” a uma canção com “grande potencial chiclete”. Esquece de fazer o seu trabalho, no entanto, e dizer que a balada é escrita pela cantora Sia – e não exclusivamente por StarGate e Benny Blanco, como escreve ela –, além de ser, francamente, uma canção que vai muito além do “potencial chiclete”. Saudada por sua melodia forte, bem ao estilo da cantora australiana, “Diamonds” cunha a premissa pop mais acertada do ano (“we’re beautiful like diamonds in the sky”) e ainda conta com um vocal no mínimo poderoso.
Aqui, Rihanna aparece com sua voz de verdade, muito mais do que em muitos dos singles dance aos quais sua carreira se limitou após o Loud. A decisão de mostrar a performance da barbadiana de forma mais crua é só uma das muitas acertadas dela e do time StarGate e Benny Blanco – agora sim – na produção. A batida criativa e as mudanças de levada da música ganham força também com a abordagem suave dos sintetizadores, a mesma usada no ótimo “Te Amo” e no ainda melhor “Drunk on Love” (que deveria ter sido o lead single do Talk That Talk, vamos ser sinceros). Apoteótica, a música foi mais bem representada pelas performances ao vivo (a do X Factor UK sendo a melhor) do que pelo clipe pouco desenvolvido.
P!nk – “Try” (11 votos)
por Marlon Rosa
"Tenho uma visão bem específica sobre o amor. Ao contrário do que muita gente pensa, não o vejo como um sentimento, mas como uma ação." - Frederico Mattos (Papo de Homem).
Eu não consigo pensar em outra palavra pra explicar tanto a música como clipe de "Try", terceira faixa do novo álbum de P!nk, The Truth About Love. Se existe alguma verdade sobre o amor, "ação" é com certeza uma delas, afinal, não há amor que dure apenas com juras e dizeres, tem que mostrar, tem que provar o quão forte e verdadeiro ele é.
"Try" soa como um consolo para aqueles que terminaram um relacionamento de uma forma ruim e conturbada, mas que de certa forma ainda sentem algo um pelo outro. A música diz pra cada uma dessas pessoas que elas devem largar mão dessa forma passiva de vida, deixar de aceitar e abaixar a cabeça pra todo e qualquer obstáculo que a vida coloca no caminho. E, diferentemente da opinião do Frederico, ao meu ver, amor é um sentimento sim, mas é um sentimento que só se mantém vivo através de ações. Se alguma vez, elas deixarem de existir e esse amor esfriar, a única forma de reanimá-lo, vai ser tentar!
Ke$ha – “Die Young” (11 votos)
por Isabela Bez
Sim, crianças, Ke$ha finalmente está de volta. Com um dente de ouro e uma pegada cool, “Die Young” foi número dois nas paradas, graças ao beat atraente e ao clipe condenado à ousadia. Depois de dois teasers mostrando Ke$ha cantando o refrão pegajoso de “Die Young”, o clipe surpreendeu, já que trouxe um cenário totalmente diferente. Ela faz o papel de uma provável líder satânica, arrisca alguns passos de dança e (novamente) é detida por policiais. De roupas curtíssimas, o objetivo é “morrer jovem, aproveitando o máximo à noite”, letras escritas por Ke$ha, Dr. Luke, Benny Blanco, Cirkut e Nate Ruess (vocalista da banda fun.).
A música e as letras são como a Ke$ha de sempre: pop eletrônico, mas dessa vez com um violão acompanhando atrás. Você entende de cara que o objetivo mesmo era chegar ao número um, o que só não aconteceu por conta de “Diamonds” da Rihanna. “Die Young” foi feito para se acabar na pista de dança – como todo pop por aí. A novidade mesmo é que ela veio mais limpa e arrumada dessa vez. Infelizmente, depois do massacre que aconteceu nos EUA, a música foi retirada das rádios americanas por alguns dias, decisão que foi retratada há pouco tempo.
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