1 de set. de 2011

Guilherme Jales #1 – Trilhas-sonoras: da tela grande ao fone de ouvido.

guilherme semana de musica

Costuma se atribuir a Nietzsche a frase: “Sem música, a vida seria um erro.” E sendo muitas vezes uma representação da vida, a sétima arte também precisa da música para ampliar seu impacto. Na era do cinema mudo, era comum a presença de um pianista tocando uma peça durante a exibição da película, e depois, o acréscimo de trilha instrumental no próprio filme.

Daí pode-se extrair um lado inteiro da indústria musical que é pouco lembrado: o de trilhas sonoras originais. A venda de Original Soundtracks (ou OSTs) começou no fim dos anos 40, com a trilha de Quando as Nuvens Passam, e se popularizou a partir da era dos LPs. Nos anos 50, musicais como Cantando na Chuva, My Fair Lady e Sete Noivas Para Sete Irmãos, ganhavam ainda mais alcance com a venda de discos com suas canções.

Tenho certeza que se alguém lhe perguntar que estilo de música você gosta, dificilmente lembrará dos temas instrumentais de filmes. Não porque seja uma forma de música inferior, mas pelo simples fato de que costumamos ouvir essas composições apenas durante o ato de assistir o filme.

Assim, trazemos algumas sugestões de trilhas muito boas que merecem ser ouvidas com atenção. Composições fascinantes que podem ser ouvidas no dia-a-dia, enquanto você trabalha ou estuda. Se você é do tipo de pessoa que gosta de ouvir música enquanto faz essas atividades, anote as sugestões.

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John Williams

Talvez o grande mago das trilhas sonoras seja este maestro americano, dono de 45 indicações ao Oscar e autor de alguns dos temas mais conhecidos do cinema hollywoodiano. Grande parceiro de Steven Spielberg, compôs os temas de clássicos como Tubarão, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Superman, E.T. e Jurassic Park bem como da trilogia Indiana Jones, dos três primeiros Harry Potter e de muitas outras obras.

Mas o que talvez seja a obra mais conhecida de John Williams é a trilha sonora da saga Star Wars. O tema principal impactante faz parte do imaginário popular e é uma das aberturas de filmes mais conhecidas do mundo. Ainda no primeiro filme temos também a faixa “Binary Sunset”, uma linda faixa que simboliza a esperança em superar as dificuldades. Na sequência Star Wars – O Império Contra Ataca, somos apresentados à Marcha Imperial: o tema do vilão Darth Vader.

O estilo de Williams remete à magia, ao encantamento, ao fantástico. Seja no espaço, no mar, na terra ou num universo alternativo, suas faixas transmitem um sentimento de força de espírito. Como se levasse o espectador/ouvinte a acreditar no que vê e, porque não, acreditar na vida.

Outras trilhas recomendadas: O Império do Sol, A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan.

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Hans Zimmer

O alemão Hans Zimmer parece seguir um caminho alternativo ao de John Williams. Suas trilhas geralmente são mais soturnas, com um clima mais dark e pesado. Isso pode ser visto, por exemplo, nos temas de Batman – O Cavaleiro das Trevas e A Origem, que dão muito destaque para pesos e notas graves. Esse lado sombrio é talvez o fator mais presente da obra de Zimmer.

Por outro lado, sua obra também mostra grande versatilidade, apresentando temas bastante delicados, como em O Último Samurai, com um som tipicamente oriental, e principalmente em O Rei Leão, que lhe rendeu o Oscar e o Globo de Ouro com composições sublimes e explorando vocais e instrumentos africanos.

Outras trilhas recomendadas: Gladiador, Lágrimas do Sol, Piratas do Caribe.

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Michael Giacchino

Giacchino se apresenta como um potencial novo queridinho da América, e sucessor de John Williams. Começando como autor de temas de jogos (como o memorável jogo do Pato Donald Maui Mallard in Cold Shadow – procure e se surpreenda!), sua obra em Hollywood pode ser dividida em duas frentes: seus trabalhos com J.J. Abrams e suas trilhas sonoras para a Disney/Pixar.

Na última década deixou sua marca na TV com os temas de Alias, Lost e Fringe, e compôs temas divertidos e emocionantes para filmes como Os Incríveis, Ratatouille, Star Trek, Up e o recente Super 8.

Poderíamos estender aqui para muitos outros compositores, dos mais pop como o Daft Punk com seu brilhante trabalho em Tron Legacy até os mais eruditos, como Alexandre Desplat (de O Curioso Caso de Benjamin Button). Há um universo imenso de música aí fora, que você com certeza já ouviu uma vez. E que merece ser ouvido muitas e muitas vezes mais!

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Alguns meses atrás, enquanto eu me preparava para ir para Nova York, eu disse a um executivo de cinema sobre a minha intenção de incluir duas composições de Bach em uma trilha-sonora. Mas quando ele perguntou qual havia sido o último hit desse tal Bach, eu soube que não havia mais lugar para mim no cinema”

(Maurice Jarre, compositor de cinema, 1924-2009)

1 comentários:

Anônimo disse...

E Philip Glass, James Horner também :D