28 de ago. de 2015

6 anos d’O Anagrama: 6 astros de cinema marcantes dos últimos 6 anos

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Essa semana O Anagrama completa 6 aninhos! Incrível pensar em como esse tempo todo passou rápido, e o quanto o site mudou de 2009 pra cá, mas mais incrível ainda é pensar em quanta coisa, quanta cultura pop, passou por aqui e pelo mundo nesse período. Por isso, para comemorar em grande estilo os 6 anos do site, resolvemos olhar para fora de nós mesmos e montamos uma série de listas selecionando alguns dos “itens” mais marcantes da cultura pop dos últimos anos. Serão dois posts de TV, dois de cinema e dois de música, para pagar tributo ao caráter multi-assunto d’O Anagrama, nos próximos seis dias (pulando o fim de semana, pra você não ter que perder nenhum), e embora as nossas seleções sejam muito pessoais, como sempre estamos mais que abertos para discutir quem faltou e quem sobrou nas listas com vocês, maravilhosos leitores!

Essa é a nossa lista de 6 astros de cinema que adoramos ver nas telas nesses seis anos. Segunda-feira o especial continua com 6 personagens de TV que marcaram época de 2009 pra cá.

tumblr_mxefg1l9841rf29u9o1_1280Amy Adams

por Caio Coletti

Foi em 2006, aos 32 anos, que a ítalo-americana Amy Lou Adams ganhou a primeira indicação ao Oscar, pelo papel na dramédia independente Retratos de Família. A essa altura, a garota do interior do Colorado que foi criada em uma família mórmon com outros seis irmãos e irmãs já lutava por um lugar em Hollywood desde 1999, quando tirou uma folga do trabalho como dançarina em um teatro off-Broadway para atuar na comédia Lindas de Morrer ao lado de Kirsten Dunst e Ellen Barkin. Esse não era o tipo de atriz que perderia uma chance para o sucesso, como ela bem demonstrou ao conquistar logo em seguida, entre outras 300 atrizes, o papel da princesa Giselle em Encantada, filme da Disney que tratou de tirá-la da obscuridade dos apreciadores de cinema indie e trazê-la para o Olimpo das estrelas de Hollywood.

Da criação d’O Anagrama para cá, Adams conquistou outras quatro indicações para o Oscar (Dúvida, O Vencedor, O Mestre, Trapaça) e manteve corajosamente a imagem de atriz de escolhas respeitáveis mesmo quando fez algumas concessões para o blockbuster hollywoodiano, como as comédias românticas Julie & Julia e Casa Comigo?, além do divertido Os Muppets e, é claro, do papel da namorada do Super-Homem em O Homem de Aço. A verdade é que mesmo essas seletas escolhas do mainstream valem crédito para Adams, que injeta vida nos seus personagens com a facilidade de quem tem talento nato para a profissão. Seja como a freira nervosa de Dúvida ou como a complexa e escorregadia Sydney de Trapaça, a atriz traz uma energia instintiva e uma sensibilidade aguçada para seus filmes – não muito dada a performances exageradas e “mastigação de cenários”, Adams está discretamente se mostrando a melhor atriz de sua geração. Então não duvide que, no futuro, ainda falaremos dela como falamos hoje de sua colega de elenco em Dúvida, Meryl Streep.

Os próximos anos: Amy reprisa o icônico papel de Lois Lane, que assumiu a partir de O Homem de Aço, em outros dois filmes da DC – Batman vs. Superman (24/03/2016) e Liga da Justiça (17/11/2017). Enquanto isso, ainda tem marcado para o ano que vem o novo Denis Villeneuve  (Os Suspeitos), uma ficção científica intitulada Story of Your Life, em que interpreta uma linguista contratada para desvendar as intenções de uma raça alienígena que invade a Terra; e o novo Tom Ford (Direito de Amar), uma adaptação do premiado livro Tony and Susan, rebatizada de Nocturnal Animals, sobre uma dona de casa suburbana que vê sua vida desmoronar enquanto lê o manuscrito do romance de estreia do seu ex-marido.

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Benedict Cumberbatch

por Clara Montanhez

De detetive célebre e pouco convencional a dono de escravos e até dragão, Benedict Cumberbatch tem, nos últimos seis anos, se mostrado incrivelmente versátil. Ele é um dos poucos atores da atualidade que se permite metamorfoses tão gritantes entre os personagens, não só nas aparências, mas nas motivações e caracterizações psicológicas. Sherlock, série que começou em 2010 e terá especial de natal esse ano, trata do famoso detetive inglês que, ao lado de seu sidekick Watson, resolve mistérios não desvendados pela polícia. A atenção aos detalhes e as contribuições médicas de Watson tornam a dupla imbatível no que faz.. Isso até Sherlock se deparar com um inimigo que (finalmente) mostra uma inteligência nos crimes comparada a do próprio detetive: o Professor Moriarty. Nas três temporadas já lançadas, Cumberbatch incorpora totalmente o personagem, nos dando um Sherlock solitário, pensativo e levemente transtornado, o que acaba dando o tom carismático e engraçado à série.

Em Star Trek – Além da Escuridão e em O Hobbit, vemos vilões bem construídos e não-humanos. Em Star Trek Cumberbatch faz Khan, o vilão cujo objetivo não é interferir na missão do Capitão Kirk, mas resgatar parte de sua tripulação que estava sob controle da Federação; contudo, não é possível recuperá-los sem entrar em confronto com os interesses do comandante da Enterprise. Já em O Hobbit, Cumberbatch dá expressão e voz para a animação do terrível dragão Smaug no segundo filme da franquia. Trata-se de um personagem soberbo e pouco complexo, cujo objetivo é única e exclusivamente guardar “seu” tesouro (que, como podemos lembrar, pertencia aos anões). Em ambos os personagens, além da intensidade e da emoção entregadas ao público, uma característica em comum é muito perceptível: a impetuosidade.

Em trabalhos pouco mais recentes, Cumberbatch representou personagens reais e similares, em que se destacam a genialidade e a excentricidade. São os filmes O Quinto Poder e O Jogo da Imitação. No primeiro temos Julian Assange, criador do polêmico Wikileaks, e um homem cuja sede por transparência nas decisões do governo transcende alguns princípios éticos convencionais, atraindo tanto apoiadores quanto detratores. No segundo, ele interpreta Alan Turing, gênio da informática e criador de um dos protótipos do computador moderno. Em ambos personagens, vemos que há um objetivo a ser alcançado e que a determinação em terminar a jornada são decisivos na construção da personalidade, o que torna os homens em questão antissociais e incompreendidos. A diferença essencial entre eles é a questão da honestidade, que guiava Turing e que está traduzida na performance indicada ao Oscar de Cumberbatch. No caso de Assange, por se tratar de uma figura polêmica e ainda viva, o ator, adequadamente, deixa transparecer mais ambiguidade de intenções.

Os próximos anos: Como sempre muito ocupado, o ator deve entrar para o MCU (Marvel Cinematic Universe) na pele do próprio Mago Supremo em Doutor Estranho, marcado para 3 de Novembro de 2016. Antes, atua ao lado de Johnny Depp no thriller criminal Black Mass (12/11/2015), em que interpreta um famoso senador americano, irmão mais novo do criminoso interpretado por Depp. Também em 2016 será dirigido por David Lowery (Ain’t Them Bodies Saints) no drama de guerra The Yellow Birds; pelo colega ator Gary Oldman em Flying Horse, no qual interpreta o amante da esposa (Amanda Seyfried) de um famoso fotógrafo (Ralph Fiennes); e por Andy Serkis (!) na nova versão do clássico Mogli, em que interpretará o vilão Shere Khan por meio da captura de performance.

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Emma Watson

por Caio Coletti

Não eram tantos os que apostavam que, mesmo meia década depois do final da franquia Harry Potter nos cinemas, Emma Watson ainda seria um dos nomes mais importantes de Hollywood. Não só isso, essa talentosa anglo-francesa (ela nasceu em Paris e se mudou com os pais para a Inglaterra aos 5 aninhos) continuou escolhendo papéis que corajosamente desafiam a noção dos detratores que nossa eterna Hermione Granger é uma atriz-de-um-personagem-só. A verdade é que Emma já se destacava e muito dentro da franquia que fez seu nome – não só sua Hermione era uma reflexão fiel da inesquecível criação de J.K. Rowling, era também, em cena, a base fundamental ao redor da qual as outras performances dos jovens atores convergiam. Em vários pequenos momentos, a atriz adicionava sutilezas e um espírito vital à personagem, que equilibrava os elementos emocionais de cada um dos filmes e dava profundidade a uma das personagens femininas mais fortes e interessantes da nossa época. A mesma descrição, inclusive, vale para as mulheres que Emma, hoje com 25 anos, interpretou depois do final de Harry Potter.

A pequena participação em Sete Dias com Marilyn é de uma importância fundamental para o filme, contra-balanceando a interpretação intensa e compreensiva de Michelle Williams com uma personagem que foi escrita para exalar exatamente o charme discreto que Emma traz à tela. O caráter mais rebelde de sua Sam em As Vantagens de Ser Invisível é um contraste absoluto a esse primeiro papel fora de Harry Potter, mas ao mesmo tempo Emma entende que há determinadas características humanas que não podem faltar em nenhum personagem, e exercita mais uma vez a sutileza para injetar Sam com desejos, arrependimentos e todas as problemáticas reprimidas da personagem, exatamente como foi escrita por Stephen Chbosky. De certa forma, Emma fecha um “espectro” de possibilidades da juventude com a fútil Nicki que retratou no ácido (e muito mais inteligente do que lhe foi dado crédito) Bling Ring, de Sofia Coppola (Maria Antonieta). Encarnando o espírito cínico do filme, a atriz interpreta Nicki com a dose certa de auto-consciência da sua performance, emprestando frieza e distanciamento para o filme, essencialmente uma comédia de costumes que não reserva muita afeição por seus protagonistas – a atuação de Emma aqui está o tempo todo consciente de que é uma atuação, e isso só adiciona ao humor peculiar do filme.

Os próximos anos: A moça estrela, sob o comando de Alejandro Amenábar (Os Outros), o terror Regression, em que um pai de família (Ethan Hawke) é acusado de um crime do qual não se lembra – a estréia é em 02 de Outubro desse ano. Ela também contracena com Tom Hanks no suspense de ficção científica The Circle, marcado para 2016, onde interpreta uma mulher recém-contratada por uma poderosa (e misteriosa) companhia tecnológica. Já em Colonia, ela faz par com Daniel Brühl (Rush) como a garota em procura desesperada pelo namorado que cai nas garras de uma infame organização secreta. Por fim, em 2017 ela assume o manto de uma das nossas princesas da Disney favoritas em A Bela e a Fera, versão live-action comandada por Bill Condon (Dreamgirls).

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Jennifer Lawrence

por Caio Coletti

Há algum tempo que Hollywood não via um fenômeno jovem como Jennifer Lawrence. Aos 25 anos, a estrela americana já tem um Oscar na prateleira, prestígio crítico de sobra e é uma a atriz mais bem paga e lucrativa da terra do cinema. Tudo começou em 2011, quando sua atuação em Inverno da Alma como uma garota em busca do pai, um traficante de drogas desaparecido, lhe garantiu a primeira indicação ao prêmios da Academia. O filme independente abriu as portas de Hollywood para ela, que ainda atuou em pequenos papéis no ótimo romance Loucamente Apaixonados e sob a direção de Jodie Foster em Um Novo Despertar. Escolhendo seus blockbusters a dedo, a americana natural de Kentucky embarcou na franquia mutante em X-Men: Primeira Classe, herdando o manto de Rebecca Romijn como Mística; e assumiu a trança e o arco-e-flecha da já icônica Katniss Everdeen no primeiro Jogos Vorazes, um raro sucesso de público e crítica entre as adaptações de livros young adult. Ostensivamente a série mais inteligente do gênero da atualidade, Jogos Vorazes se tornou a plataforma para a escolha de projetos mais ousados e dramáticos pela atriz.

Em 2012 ela se juntou a David O. Russell pela primeira vez em O Lado Bom da Vida, emprestando instinto e visceralidade à viúva desequilibrada Tiffany, “par romântico” do protagonista feito por Bradley Cooper. Incorporando a atitude não-apologética da personagem, Lawrence entregou uma performance refrescante pela honestidade e pela sutileza – o resultado, como todos sabem, foi uma estatueta do Oscar (e um tombo lendário nas escadarias da premiação). Depois do terror A Última Casa da Rua ela voltou ao comando de Russell como a destrutiva esposa de Chistian Bale em Trapaça, o grande filme mais subestimado de 2013. Numa performance intensamente física e impetuosa, Lawrence se destaca frente a um elenco de peso, inserindo um elemento de caos e imprevisibilidade no mundo da dramédia setentista de Russell. O trabalho rendeu a terceira indicação ao Oscar, o que garantiu que, mesmo com o relativo fracasso do drama de época Serena, da diretora Susanne Bier (Brothers), Lawrence continuasse firme no posto de uma das maiores estrelas de sua época – e uma das melhores atrizes também.

Os próximos anos: No dia 19 de Novembro ela volta para a pele de Katniss Everdeen pela última vez em Jogos Vorazes: A Esperança – O Final, encerramento da quadrilogia que impulsionou seu nome para o estrelato. Dia 07 de Janeiro de 2016 ela está de volta ao comando de David O. Russell (O Lado Bom da Vida) em Joy, como a poderosa matriarca de uma família que, no decorrer de várias gerações, constrói um verdadeiro império. Também se junta ao diretor Morten Tydlum (O Jogo da Imitação) na ficção científica Passengers, em que uma nave espacial com um destino distante acorda um passageiro do sono criogênico por acidente – e ele (Chris Pratt) toma a decisão de acordar uma mulher para lhe fazer companhia. Por fim, ela reassume seus deveres como Mística em X-Men: Apocalypse, marcado para 19 de Maio de 2016.

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Leonardo DiCaprio

por Caio Coletti

De enfant terrible e prodígio do cinema americano nos primeiros anos de carreira enquanto ainda adolescente até maior astro do planeta (literalmente, “o rei do mundo”) depois de Titanic, quem viu a primeira metamorfose de Leonardo DiCaprio não poderia prever o que estava por vir, especialmente quando ele se aliou a Martin Scorsese em O Aviador e começou a mostrar a vontade de se tornar um ator respeitado não só pelo star-power, mas também pelas boas escolhas de projeto. Hoje aos 41 anos, Leo se mostra cada vez mais seletivo e cada vez mais certeiro, abraçando personagens complexos e interessantes em filmes que ultrapassam gêneros cinematográficos e se tornam obrigatórios para qualquer fã de cinema que se preze.

Nos últimos seis anos foram exatamente seis filmes, inclusive. Em 2010 ele acertou o alvo duas vezes ao se unir ao velho parceiro Scorsese no subestimado suspense A Ilha do Medo e ao abraçar o talento de Christoper Nolan no melhor filme da carreira do diretor, o intrigante A Origem. Perturbados e traumatizados, com esposas ausentes e envolvidos em narrativas misteriosas, ambos os personagens traziam Leo a um mundo de papéis adultos que só faziam confirmar seu amadurecimento como ator. O garoto celebrado pela energia com a qual encarnou o poeta Athur Rimbaud em O Eclipse de Uma Paixão (1995) agora é capaz de performances compenetradas e sutis, cheias de nuances. É exatamente o tipo de tratamento que ele deu ao personagem título de O Grande Gatsby, dirigido por Baz Luhrmann (Moulin Rouge!) – Leo é o coração por trás da história do clássico livro de Fitzgerald, uma figura magnética que se caracteriza tanto pelo charme quanto pelo otimismo quase infantil (e tremendamente americano) com o qual enxerga o futuro. Radicalmente diferentes são seus retratos do vilão Calvin Candle em Django Livre e do anti-herói Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street, dois papéis que exercitam uma veia cômica insuspeita por baixo do verniz que Leo montou para si. É preciso tirar o chapéu para um ator que exercita com a mesma seriedade dois espectros tão diferentes da arte da atuação.

Os próximos anos: Sempre muito seletivo, o astro tem apenas um projeto marcado para o futuro próximo: The Revenant, o novo filme do recém-oscarizado Alejandro González Iñárritu (Birdman), em que DiCaprio interpreta um explorador americano que, após ser deixado para trás pelos companheiros de viagem graças aos ferimentos advindos de um ataque de urso, volta para se vingar da injustiça. Tom Hardy, Domnhall Gleeson e Will Poulter estão no elenco, e o filme deve estrear em Janeiro de 2016.

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Meryl Streep

por Clara Montanhez

Loira, olhos azuis, rosto fino... Típico estereótipo das estrelas de Hollywood – contudo, Meryl Streep não tem um fio de cabelo de clichê entre as belas madeixas. Desde O Diabo Veste Prada (2006), Meryl marcou seu lugar em uma geração diferente daquela que a viu primeiro no cinema. Porém, podemos dizer que de seis anos para cá ela começou a receber o reconhecimento que sempre mereceu.  Em Julie & Julia, Meryl vive a escritora de livros culinários com receitas práticas para a dona de casa norte-americana dos anos 1950. A mulher de porte grande e de modos pouco delicados (ainda que com coração grande) recebeu uma personificação impecável de Meryl nas telonas, ainda que a semelhança física das duas não fosse tão gritante assim. O filme conta a história de uma jovem, Julie, que é fã da escritora e decide criar um blog em que compartilha os pratos que cozinha a partir dos livros de Julia. É uma história cativante e um filme muito gostoso de assistir. E, como bônus para Meryl, uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Seu próximo sucesso veio ainda no mesmo ano, com Simplesmente Complicado. É uma comédia irreverente sobre o caso que uma mulher na casa dos 50 anos começa a ter com seu ex-marido, agora casado com uma mulher de 30. Filmado na costa da Califórnia, a atmosfera é relaxante e ensolarada, o que deixa o longa ainda mais atraente. A personagem de Meryl é a típica mulher que aprendeu a recomeçar a vida após o divórcio, com todas as inseguranças que se pode ter na meia idade, mas, ainda assim, não deixando de aproveitar a vida e mostrar que não há nada de errado em envelhecer e ser feliz. A Dama de Ferro veio para dar a Meryl seu terceiro Oscar e, cá entre nós, muito mais que merecido. A decidida e dura personagem biográfica foi a primeira mulher a ser primeira-ministra da Inglaterra, em 1979. É compreensível a razão de Thatcher ser tão inflexível; em uma burocracia estatal em que (assim como na maioria delas) predominam os homens, para que ela chegasse ainda nos anos 70 ao maior cargo público inglês ela não podia ter sido boazinha. Meryl, com o auxílio da tecnologia e muita maquiagem, se tornou a própria Thatcher no cinema, deixando a semelhança ainda mais aguda. Sua interpretação, assim como é esperado, foi sensacional, demonstrando, ainda na velhice da personagem, a mesma determinação e motivação que tinha quando era adolescente.

Por último, mas de maneira nenhuma menos importante, Álbum de Família, de 2013, traz uma Meryl exagerada e complexa, matriarca de uma família numerosa e personificada por vários atores talentosíssimos, entre eles Julia Roberts e Benedict Cumberbatch (que também está nesta lista). O evento que junta a família é o desaparecimento do marido de Meryl, e esta inesperada união dos personagens (muitos dos quais não se dão bem) deixa uma atmosfera estressada no ar, mas, ao mesmo tempo, engraçada e familiar, que atrai o público. Foi mais uma indicação de Meryl ao Oscar, somando, assim, 18 vezes que seu nome brilhou na telinha.

Os próximos anos: Aos 66 anos, Mrs. Streep continua aproveitando a melhor época de sua carreira. Esse ano, ela aparece como uma rockstar que precisa lidar com as responsabilidades de ser mãe em Ricki and the Flash, dramédia de Jonathan Demme (Filadélfia) marcada para 10 de Setembro; e como a ativista que inspira as protagonistas do movimento feminista no drama de época Suffragette, co-protagonizado por Carey Mulligan e Helena Bonham-Carter. Ainda sem data de estreia marcada, Florence Foster Jenkins coloca Meryl ao lado de Hugh Grant e sob o comando de Stephen Frears (Philomena) como uma herdeira americana que sonha ser uma cantora de ópera, mesmo sem nenhum talento para a coisa.

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