Problemas demais. Questionamentos demais. Pressões demais. Informação demais. Minha mente poderia explodir a qualquer momento. E ainda pode. Mas agora, se o fizer, vai ser com a certeza de que tentou lidar com todos esses excessos de uma forma que irradiasse luz e fazesse tudo valer a pena.
Não quero ser a luz que cega, que ofusca os olhos e os faz mais turvos do que deveriam ser. Quero ser a luz que esclarece, a luz que repuxa o canto dos lábios em um sorriso e, por mais óbvio que possa parecer, a luz que ilumina. Ilumina a alma, o pensamento e o coração. Ilumina cada detalhe de cada momento, fazendo-o refletir em nossas linhas tão perfeitas quanto poderiam ser.
Quem somos nós para dizer não? E porque nossas ideias, ao invés de nos libertar como deveria ser, nos prendem? Eu sei que esse conceito em uma folha de papel não é novo, mas eu quero viver como se cada segundo fosse a oportunidade de provar do próprio néctar da vida. Eu quero não saber para onde estou e para onde vou, mas quero ter a certeza de cada passo pelo caminho. E, mesmo que não tiver e faça errado, que eu não me arrependa. Antes um erro, que me fez aprender, do que uma oportunidade perdida, que de nada me adiantou.
Eu quero ver o Sol nascer no horizonte e ver que ele é como eu, cada dia diferente e mais belo, e ainda assim percorrendo o mesmo trajeto. Eu quero refletir a luz dos astros no céu direto para os olhos daqueles que eu amo. E eu quero amar como se nunca tivesse amado na vida, como se tudo dependesse de um movimento, como se o mundo pudesse desabar em minha cabeça a qualquer momento. Ele pode, na verdade.
Vivemos, todos, sim. Mas só vive, de verdade, por inteiro, quem sabe a extensão do crime que é deixar passar tanta coisa bela e luminosa pelo caminho. É preciso se agarrar a cada chance de amor, a cada momento verdadeiro, a cada abraço e a cada saudade. É preciso ser sincero com o que se sente, com o que se pensa e com o que se faz. É preciso falar. Se fazer ouvir. Deixar para trás o medo de paracer ridículo. Como se sentir, seja lá o que se sinta, possa ser realmente ridículo se é justamente o que nos faz humanos.
Todos nós precisamos de um Sol. Você foi e ainda é o meu. Uma luz que incidiu sobre mim, vinda de um palco no qual eu nem mesmo esperava pisar. Chame-me de dramático, exagerado, idiota. O que quiser. Mas decidi que ser verdadeiro comigo mesmo é ainda mais importante do que evitar ser tudo isso. E foi você quem me fez ver que eu podia fazer essa escolha.
E a sociedade, bom, ela que espere em seu canto, com suas informações e pressões excessivas. Nós somos imunes a isso. Você sempre foi, e agora eu também sou. Eles pisam aqui na Terra, pensando ser divinos. Mas nós, tão mera e assumidamente humanos e falhos que somos, caminhamos mais alto, ao lado do Sol, iluminando o mundo inteiro, um pouco de cada vez.
Para a Gabis Paganotto, o meu Sol, mais brilhante a cada dia.
“Quando o segundo Sol chegar/ Para realinhar as órbitas dos planetas/ Derrubando com assombro exemplar/ O que os astrônomos diriam se tratar de um novo planeta”
(Nando Reis em “Segundo Sol”)
“Tudo é mais bonito e simples/ Quebro agora os meus limites/ Tenho o mundo inteiro a me esperar/ Esqueço que a razão existe/ Espero o amor que ainda insiste/ Sempre a me levar pra algum lugar”
(Jullie em “Roteiro Sem Final”)
1 comentários:
Como eu amo esses contos...
"Antes um erro, que me fez aprender, do que uma oportunidade perdida, que de nada me adiantou." Você respondeu uma dúvida que eu tinha sempre comigo e que até já escrevi em algum texto: o que é melhor? Fazer e se arrepender ou se arrepender por não ter feito. Essa foi a melhor resposta que tive! E você tá certo. A vida é essa coisa mesmo de dormir e acordar e não saber se vai chover ou fazer sol, mas ter a certeza que nascerá mais um dia e que você tem que sobreviver. Esse texto me incentivou a sobreviver vivendo bem, deliciosamente bem. Devorei suas palavras! Maravilhosas como sempre!
E to com ciúmes da Gabi :(
Beijos! =)
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