18 de mar. de 2011

Decifradores – Entrevista: Talita Rodrigues

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Fabulosa. É a palavra certa para descrever Talita Rodrigues, autora do blog Speechless e, honraria nossa, colaboradora d’O Anagrama já em dois textos que refletem o incrível talento para a escrita, a auto-crítica e a relfexão que ela demonstra, parágrafo após parágrafo. Há alguns meses que eu não abria a sessão de entevistas por aqui, mas a descoberta de alguém como a Talita na blogosfera (e, vejam só, no meu círculo de amizades valiosas) certamente faz valer a pena o retorno da coluna para o blog. Primeiro porque ela é, como eu, uma escritora por necessidade e urgência. São raras as pessoas que realmente obedecem aquela citação de Rilke: “Na hora mais escura da noite, confesse a si mesmo que morreria se fosse proibido de escrever”.

Por essas e por outras, escritora nata, blogueira parceira e amiga conquistada, Talita é tão incrível que parece até de mentira. Como, aliás, é próprio das fábulas. E de onde vocês acham que eu tirei o apelido? Com vocês, a fabulosa. ;)

Parte Um: As letras…

Uma palavra: Verdade.

Um filme: “Sempre ao Seu Lado” (Hachiko: A Dog’s Story, 2009).

Uma banda: OneRepublic. :)                             Uma Série de TV: “The Vampire Diaries” (2009- ).

Um livro: “O Futuro da Humanidade” – Augusto Cury.                     Um escritor: Augusto Cury.

Uma citação: Pergunta difícil, porque eu gosto de várias, mas essa define o meu momento atual: “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”, de Fernando Pessoa.

Um blog: O Anagrama, é óbvio.

Dia ou noite? Dia.                 Inverno ou verão? Inverno.                    Acaso ou destino? Destino.

Último filme que viu (gostou?): “Cisne Negro” (Black Swan, 2010). Perfeito!

Tocando agora: Price Tag – Jessie J.

Parte Dois: O Anagrama…

Escrevo porque…

Só as palavras conseguem entender o que sinto.

O que seu filme preferido te ensinou?

Olha, eu aprendi várias coisas com ele, mas principalmente, aprendi a acreditar. Acreditar que as coisas podem se solucionar se eu esperar.

Planeja antes de escrever ou deixa as coisas fluírem conforme escreve?

Normalmente não planejo nada. Se estou realizando outra coisa e tenho um insight, largo tudo e pego a caneta e o papel!

Para quê gostaria de ter mais tempo? E o que passa tempo demais fazendo?

Gostaria de ter mais tempo para pensar. Pensar sobre as coisas que acontecem comigo e, talvez, tirar uma conclusão mais concreta. Pode parecer um pouco maluco, mas se todos pudessem refletir, as pessoas ofenderiam bem menos.

Na Internet as pessoas mudam? E ela é capaz de mudar a vida das pessoas? Se sim, de que forma ela mudou a sua?

Mudam muito! A Internet é a segunda vida de certos indivíduos. É o lugar onde elas fariam aquilo que não têm coragem pessoalmente. E sim, minha vida mudou completamente. Porque eu posso encontrar pessoas que partilham das mesmas opiniões que eu, e desabafar quando me sinto angustiada.

Acha que, com o crescimento da Internet, a era dos livros está acabando? E mais, acha que os futuros escritores e jornalistas virão da “geração Blogger”?

Infelizmente, está. Eu amo escrever esse blog, mas acho também que as grandes inspirações para isso estão nos livros. E isso é péssimo, porque pela Internet qualquer um pode tornar-se escritor. Sabendo ou não fazê-lo. Acredito que poderão surgir vários nomes competentes desse mundo sim, mas como já disse, será um pouco complicado em razão da facilidade com que as pessoas escrevem bobeiras por aí.

Escolha uma personalidade (de cinema, música, literatura…) que acha injustiçada e defenda-a!

Foi a pergunta mais complicada de fazer. E como não encontrei nada muito bom para falar, resolvi comentar sobre cantoras pop como Jennifer Lopez, que ficam esquecidas e são duramente criticadas quanto a forma física depois de passarem dos 30/40 anos. Ignorância do pessoal, que não sabe reconhecer o talento dos artistas de outras décadas, sem chamá-los de velhos.

Como você compara música nacional e internacional? E qual houve mais?

Olha, eu escuto várias músicas nacionais, só que de outras décadas, porque convenhamos que as de hoje não passam muito conteúdo, né? Então, a internacional ganha em disparada para mim, hoje!

Como define sua forma de escrever, seu blog e a si mesma?

Eu não sei dar boas definições, sabe? Mas o que eu tento passar através da escrita é minha forma de enxergar o mundo e minhas situações particulares. Como uma forma de mostrar a todos que eles não estão sozinhos com seus conflitos internos e que eles tem solução, sim! Sei lá, é como fazer pelas pessoas aquilo que ninguém fez por mim quando precisei. Portanto o me blog é mais ou menos neste estilo, reflexivo e por vezes pesado nos conteúdos, ao mesmo tempo que é regado por várias experiências e situações.

Quanto à mim, também não consigo me definir. E talvez seja por isso que pense e escreva tanto. É um dos meus meios de me conhecer melhor.

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Imagens recentemente usadas no blog da Talita

“Atrevo-me a dizer que fui mais derrotada do que vitoriosa. Porque no final, cada respiração é uma luta contra o tempo. Cada minuto é uma batalha contra a morte. Tudo isso para poder construir minha própria corrente. Eu quero muitos elos; quero muitos nós; muita experiência. EU QUERO MUITO TEMPO”

(Talita, em “Queimando a consciência e a sequência que ela traz”)

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