13 de mar. de 2010

Galeria: Os diretores e suas musas

variedades (nunc excl) Diretores e musas 1

Tim Burton & Helena Bonham-Carter

A foto: Ele a drige nos sets de Peixe Grande, a fábula que realizou para os dois filhos tidos com ela, aqui caracterizada como a versão mais velha de seu personagem, Jenny, uma antiga paixão do protagonista Ed Bloom, vivido por Ewan McGregor. Peixe Grande foi o segundo título da dupla.

A química: O ano era 2001, a pressão sobre Tim era imensa enquanto ele finalizava Planeta dos Macacos, seu projeto mais ousado e polêmico até então. Recém-separado de sua mulher de nove anos Lisa Marie, o diretor caiu de amores por essa atriz coadjuvante que havia se destacado em Clube da Luta e agora entregava a melhor performance debaixo-de-maquiagem do cinema moderno. O nome dela: Helena Bonham-Carter. Foi o começo de uma relação dentro e fora das telas que dura até hoje, muito embora Tim não tenha aceitado se casar novamente, preferindo construir uma relação aberta, vivida em casas separadas, ligadas por um corredor. Não foi impedimento para que o casal tivesse dois filhos (Billy-Ray e Nell) e tomasse o posto de dupla romântica mais adoravelmente estranha da terra do cinema.

Os filmes: O Planeta dos Macacos (2001), Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas(2003), A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007) e Alice no País das Maravilhas (2010).

Diretores e musas 2

Baz Luhrmann & Nicole Kidman

A foto: No começo do ano passado a Vanity Fair reuniu uma série de cineastas, astros e estrelas de filmes com indicações ao Oscar 2009. Embora tenha sido lembrado em apenas uma categoria (Melhor Figurino), Autrália e a pose teatral de Nicole e Luhrmann mereceram seu lugar de honra.

A química: Coincidência ou não, o ano também era 2001 quando o mundo se dividiu por causa de Moulin Rouge!, a primeira investida da dupla. Mas parece que a filmagem do musical não foi menos atribulada que sua recepção: no primeiro dia de filmagem o diretor Luhrmann perdeu o pai, enquanto Kidman viu seu casamento com Tom Cruise desmoronar. Corta para 2008, com a dupla se reunindo para o igualmente divisor de opiniões Autrália, pretenso grande épico da terra dos cangurus que naufragou comercial e criticamente (se foi merecido é outra história). Último dia de filmagem, a personagem de Nicole em cena de desabafo, dizendo que não era capaz de ter filhos. A grande ironia: na noite passada, a estrela havia se descoberto grávida. Ou ao menos é essa a história que Baz e Nicole contam, dizendo que fizeram um “voto para nunca mais trabalhar juntos”, já que “não podem passar por tantas experiências transformadoras na vida”. Vamos ver quanto tempo a promessa vai durar.

Os filmes: Moulin Rouge! – Amor em Vermelho (2001) e Austrália (2008).

Diretores e musas 3

Quentin Tarantino & Uma Thurman

A foto: A edição de 2005 do Cannes Film Festival reuniu diretor e musa para uma sessão de fotos a propósito da promoção de Kill Bill Volume 2, lançado no ano anterior. O 58º ano do festival, não por acaso, teve a apresentação de Sin City, filme de Robert Rodriguez, amigo pessoal do diretor.

A química: Ela já se disse uma “espécie de catálogo” para as idéias metralhadas pela mente do diretor, os dois já dividiram um crédito de roteiro (a criação da personagem A Noiva, protagonista de Kill Bill, é também obra de Uma), e ele já declarou que ela era “sua musa”. Apesar dos boatos sempre maldosos da imprensa sensacionalista, os dois são mesmo muito amigos, e só. Mesmo porque, em boa parte dos dez anos entre 1994, data de Pulp Fiction, e 2004, de Kill Bill Volume 2, a atriz esteve casada com o astro Ethan Kawke, pai de seus dois filhos, um deles responsável pelo adiamento das filmagens da primeira parte da saga de vingança de Tarantino. Separada em 2004, quando a obra mais ambiciosa da dupla ainda repercutia pelo mundo, Thurman descreve a relação com o diretor como “complicada”. Segundo ela, os dois são pólos opostos que, veja só, se entendem muito bem na hora de preencher uma folha em branco. Coisas da vida.

Os filmes: Pulp Fiction (1994), Kill Bill Volume 1 (2003) e Kill Bill Volume 2 (2004).

LANZAROTE

A foto: Momento emocional no set de Abraços Partidos, a mais recente obra da dupla. No filme, um melodrama de ritmo lento e verniz autoral, Penélope aparece apenas em flashbacks, trazendo cor e luz para um esperto “filme dentro do filme”, curiosamente melhor que a trama principal.

A química: “Ele mudou minha forma de ver o mundo ao meu redor antes mesmo que eu o conhecesse”. Assim a belíssima Penélope Cruz define seu relacionamento com o diretor Pedro Almodóvar, que a comandou por quatro vezes desde 1997, em Carne Trêmula. Ela era fã de filmes como Ata-me!, da fase de ouro do diretor, quando viu seu mundo virar de cabeça para baixo após a participação no polêmico Jamón Jamón, de Bigas Luna. O dia em que a mãe a chamou dizendo que “Pedro Almodóvar estava no telefone” marcou o ponto de partida na relação de aluna-mestre que os dois tem até hoje, vinte anos depois. Só que agora, claro, a presença de Pedro na carreira de Penélope é tão importante quanto o inverso. Ele dá a ela os papéis a sua altura, tirando o  melhor de sua presença lânguida e seus olhos reflexivos, e ela dá a ele mais cobertura de imprensa, mais atenção do público… enfim, mais buzz. Até nua ela já topou filmar sob a batuta de Almodóvar, no recente Abraços Partidos, que concorreu a Palma de Ouro de Cannes 2009.

Os filmes: Carne Trêmula (1997), Tudo Sobre Minha Mãe (1999), Volver (2006) e Abraços Partidos (2009).

Diretores e musas 6Diretores e musas 5

Fico grato quando chamam Scarlett de minha musa, mas não é verdade. Com Diane era diferente. Fizermos oito ou nove filmes juntos e tivemos uma ligação especial. Mas eu gosto de trabalhar com Scarlett” (Woody Allen esclarece as coisas)

Os maneirismos de Woody e sua esperteza são clássicos. Mas quando se conhece alguém, sua conversa ganha uma intimidade que você não podia prever ao vê-lo em uma tela. Woody my surpreende o tempo todo. No filme, você vê o seu lado neurótico, mas não o sensível” (Scarlett Johansson sauda Allen, o “homem sensível”)

Claro que eu reconheço a mim mesmo nos papéis que ele escreveu. Quer dizer, ‘Annie Hall’ principalmente. Eu era essa espécie de noviça que tinha muitos sentimentos mas não sabia como se expressar, e eu vejo isso em Annie. Eu penso que Woody usou um tipo de qualidade essencial que ele via em mim naquela época, e eu fico feliz porque funcionou perfeitamente naquele filme” (Diane Keaton analisa “Annie Hall”)

2 comentários:

Mateus Souza disse...

Muito bom o texto. Daí, adoro as parcerias entre Almodovar e Penélope, mas prefiro as de Allen e Diane Keaton.

Allen não teve só uma musa, teve outras, mas Diane foi a melhor delas, sem dúvida..

Abraço.
Cinema para Desocupados

Rubens Rodrigues disse...

Cansa ver Bonham-Carter e Depp nos filmes de Tim Burton, mas isso não torna o trabalho ruim.