10 de jul. de 2014

As 10 melhores séries da temporada 2013/2014

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Lembram do nosso post do ano passado com as nossas 10 séries preferidas da temporada? Pois chegamos com a versão 2013/14 dessa delícia de lista, que pede a cinco dos nossos colaboradores a dura tarefa de escolher só 2 séries preferidas da fall e mid-season passadas. Vem com a gente descobrir as selecionadas:

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por Caio Coletti

Teen Wolf (MTV)
3ª temporada – Parte 2

O drama sobrenatural da MTV nunca foi tão sério quanto na segunda metade de sua terceira temporada (que contou uma história completamente separada da primeira metade), exibida entre Janeiro e Março desse ano. A série já havia se mostrado interessada em explorar seus personagens bem mais do que se esperaria da sua premissa – e canal, diga-se de passagem. O criador e developer Jeff Davis tem aquele faro raro para fazer uma aventura kitsch divertidíssima ao mesmo tempo em que consegue criar drama realmente envolvente com seus personagens, mas as coisas atingiram outro nível quando a série resolveu contar a história de um Stiles possuído pelo espírito maligno de um nogitsune (espécie de ser sobrenatural da mitologia oriental, semelhante a uma raposa). Explorar a cultura japonesa trouxe a Teen Wolf aquele quê de série bem pesquisada, enquanto o agudo senso de entretenimento de Davis e do principal diretor dos episódios, Russell Mulcahy (Highlander), fazia com que uma batalha entre lobisomens adolescentes e raposas do outro lado do Atlântico não fosse tão ridícula quanto soa.

Ajudou muito ter um Dylan O’Brien no elenco, é claro. O jovem ator americano que já havia dado dicas de profundidade e provas de competência cômica nas temporadas anteriores, agarrou com unhas e dentes a oportunidade de mostrar um lado diferente do seu personagem. Ou, a bem da verdade, a oportunidade de interpretar um personagem completamente diferente agindo de maneira dissimulada dentro da pele de Stiles. O virtuosismo de sua atuação veio da capacidade de combinar as tintas fortes que sua série como Teen Wolf pede (seu olhar maligno quando possuído pelo nogitsune era tudo, menos sutil) com as sutilezas de mostrar aquele garoto que representou nos anos anteriores preso dentro desse pesadelo pessoal. Muito de Teen Wolf é assim, sejam as mortes que tornaram o finale da temporada ainda mais marcante, ou as cenas de delírios que fizeram da série uma das coisas mais estranhas no ar desde Twin Peaks: em meio a um monte de referências pop, a trama se encontra de forma espetacular nos seus personagens.

True Detective (HBO)
1ª temporada

Quando Matthew McConaughey confirmou as expectativas de todos ao receber seu Oscar de Melhor Ator por Clube de Compras Dallas, no finalzinho de Fevereiro, o culunista Miguel Sokol, da Rolling Stone Brasil, definiu a vitória como um triunfo da televisão. Isso porque, embora tenha construído por alguns anos uma reputação de ator respeitável no cinema (a partir de Magic Mike, talvez), McConaughey chegou ao auge mesmo em True Detective. A antologia criminal da HBO estreou em Janeiro para se tornar uma das séries que mais mobilizou fãs e críticos em torno de seus mistérios e seus personagens, e o Rust Cohle de McConaughey é parte central nisso porque encarna a visão de mundo suja, desmistificada, quase niilista da série escrita por Nic Pizzolato. Mesmo assim, é incrível perceber que True Detective não é uma série pessimista. É sombria, e talvez acredite que a luta para iluminar essas sombras já esteja perdida – mas isso não faz com que ela não valha a pena.

É preciso creditar muito mais do que McConaughey, no entanto. A atuação de Woody Harrelson é tão brilhante quanto, mesmo que apresente-se de forma diferente ao público – a atitude do roteiro em relação ao seu personagem é muito mais analítica, a fim de desnudá-lo em suas hipocrisias, e a convicção com a qual Harrelson retrata Marty Hart é aspecto fundamental para que as engrenagens conceituais da série funcionem. Michelle Monaghan e Alexandra Daddario representam as mulheres em uma trama essencialmente masculinizada, e o fazem de maneira categórica – as moças não escapam dos mesmos defeitos dos rapazes, mas há algo de resiliente na forma como elas insistem em serem humanas em um ambiente que nem sempre as conta como tal. Claro, True Detective não é só seu elenco. Esses atores e atrizes estão aqui para soprar vida em personagens que contam uma história brilhantemente labiríntica e surpreendentemente comovente.

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por Clara Montanhez

Hannibal (NBC)
2ª temporada

Ao final da segunda temporada, pode-se ver que Hannibal é realmente surpreendente. Com várias jogadas psicológicas entre os dois personagens principais, Will Graham (Hugh Dancy) e Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen), somente nos últimos dez minutos do último episódio da temporada é que o desfecho é revelado, nenhum momento antes. Desde a primeira temporada, vemos que Will Graham, que é ex-professor de psiquiatria na academia do FBI e se torna consultor de campo, tem um dom muito raro, mas que se mostra, ao mesmo tempo, como uma maldição: ele tem grande empatia para com os criminosos que investiga, conseguindo muitas vezes reconstituir o crime como se fosse o próprio assassino. Contudo, Hannibal, que é um renomado psiquiatra, usa-se desse dom para confundir o próprio Will, que acaba a primeira temporada internado em um hospital psiquiátrico.

Na segunda temporada, Will, junto com Jack Crawford (Laurence Fishburne), comandante da Unidade de Ciências Comportamentais do FBI, planeja usar sua “demência” contra Hannibal, mas se o psiquiatra acreditará ou não só se descobre nos últimos momentos. Não faço ideia de como será a próxima temporada, mesmo porque o final da segunda deixa muitas dúvidas, mas espero ansiosa.

Penny Dreadful (Showtime)
1ª temporada

Essa série, que começou a ser transmitida no final de abril e que já tem a segunda temporada confirmada para o ano que vem, vem com uma proposta interessante, ainda que não inédita: vampiros, monstros, demônios e todos os tipos de criaturas das “sombras”, reunidas na mesma história. A trama, que nos primeiros capítulos ainda não é bem explícita, se passa em Londres no século XXI e é centrada em Vanessa Ives (Eva Green), uma mulher misteriosa que aos poucos revela traços de sua personalidade, mas que continua sendo uma incógnita para Ethan Chandler (Josh Hartnett), um americano aventureiro que passa a acompanhar Ives e Sir Malcolm Murray em suas expedições pelo o sub mundo.

A storyline se torna ainda mais surpreendente quando Sir Murray (Timothy Dalton) contrata um médico legista para se juntar ao grupo; o Dr. Frankenstein (Harry Treadaway) é sombrio e agitado, carregando consigo um segredo que só é revelado por partes no decorrer dos episódios. Apesar das locações escuras e sinistras e as criaturas que o grupo enfrenta, a série não é tão pesada quanto se pode pensar; o feeling de terror está sempre presente, mas é quebrado com os diálogos leves entre os personagens.

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por Marlon Rosa

GIRLS (HBO)
3ª temporada

Eu tenho uma teoria: todo homem deveria menstruar pelo menos uma vez na vida, para saber os efeitos e sintomas da TPM, e, dessa forma, compreender e sentir as dores do outro. Mas é óbvio que isso não nos faria entender nem 1/3 das maravilhas e dificuldades de ser uma mulher.

Girls sempre foi uma série com a missão descompromissada de retratar o cotidiano e os dramas das quatro protagonistas: Hannah, a aspirante escritora de 25 anos, sua melhor amiga Marnie, a imprevisível Jessa e a adorável e inocente Shoshanna ♥. E, apesar das personagens terem personalidades bem definidas e não gerarem uma ampla identificação com o público, não se deve negar que as situações que todas enfrentam são bem semelhantes às dificuldades que a maioria de nós encontramos quando estamos na cada dos 20. Aliás, engana-se aqueles que acreditam que a série é feita só para os pertencentes do sexo feminino, primeiro que não haveria problema nenhum se isso fosse verdade, segundo que a série é tão bem escrita e dirigida que todo episódio é simplesmente uma delícia de assistir, e a trilha sonora, ah, a trilha sonora...

Bom, o que se tem pra falar da 3ª temporada da série é que dessa vez elas se aventuram em um território até então não explorado nas outras temporadas, a felicidade; no mais, tudo continua maravilhoso, o tom, o roteiro, as músicas, enfim, tudo o que faz de Girls uma série fantástica e divertida de assistir.

House of Cards (Netflix)
2ª temporada

Da mesma forma que Frank Underwood avança na busca pelo poder, House of Cards reforça sua posição como uma das melhores séries da atualidade, logo, é de suma importância que faça parte desta lista.

Em seu segundo ano, House of Cards segue para um caminho já esperado: quanto mais próximo do poder, mais atenção se recebe por parte da mídia. E é exatamente em meio a um escândalo contra os Underwood que a segunda temporada toma forma, uma vez que Claire confessa, em rede nacional, já ter feito aborto depois de ser vítima de estupro por um general do alto escalão na época do colégio. Tal revelação leva a uma troca de perspectiva dessa temporada em relação a anterior: onde antes havia o jornalismo investigativo existe agora a força e ferocidade dos tablóides que buscam incessantemente por detalhes íntimos da vida do casal, mudança esta que fez com que a maioria dos veículos torcessem seus narizes dizendo que o viés político da série ficou em segundo plano. Mas oras, não é exatamente isso que acontece na realidade? Se algum escândalo acontece com alguma figura importante da política tudo o que a mídia noticiará a partir dali não será necessariamente relevante, não falarão sobre os planos de política do candidato, afinal, não é isso que interessa para a população naquele dado momento.

No mais, a série continua com sua característica de um roteiro ágil e direto, Frank continua a compartilhar suas ambições com o público, e nós, relés espectadores, nos tornamos cada vez mais cúmplices e apaixonados pelos Underwood, uma vez que a alternativa de odiá-los não seria uma boa escolha.

"I am willing to let your child wither and die inside you, if that’s what’s required,...Am I really the sort of enemy you want to make?" – Claire

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por Sâmela Silva

Peaky Blinders (BBC)
1ª temporada

Não é difícil lembrar-se de produções da BBC que apresentam qualidade excepcional. Ainda assim, Peaky Blinders, exibida na segunda divisão do canal, surpreende com seu elenco, sua equipe de design de produção extremamente competente, personagens incríveis e fotografia maravilhosa. É televisão em sua melhor vertente.

A criação de Steven Knight conta a história da família Shelby, que controlava Birmingham em 1919, e se foca na vida dos criminosos, de certa forma transformando-os em heróis nos olhos do espectador, aproveitando sua humanidade. Lida também com os temas da época, como a perseguição aos comunistas, greves trabalhistas e a vida pós-guerra. Thomas Shelby é um protagonista fantástico, Tia Polly é uma das melhores personagens femininas da atualidade, e Chester Campbell é um homem da lei que se mostra pior do que os próprios bandidos. Cillian Murphy, Helen McCrory e Sam Neill entregam atuações fantásticas, cada faceta daqueles indivíduos sendo explorada com maestria por seus intérpretes.

A série também traz um incrível trabalho visual, seja com sequências feitas de forma artística, fotografia que retrata a sujeira de Birmingham ou a beleza das paisagens, ou a condução de câmera e os enquadramentos que por vezes se concentram nas feições de Cillian Murphy para exaltar as expressões faciais do ator. Tudo isso aliado a uma trilha sonora repleta dos White Stripes.

A primeira temporada de Peaky Blinders foi curta, porém satisfatória. Trouxe uma trama interessante com personagens que desafiam conceitos morais, roteiros que fazem muito em apenas 6 episódios e mostra que é mais do que mera “storytelling” – é também arte.

Community (NBC)
5ª temporada

Chega a doer falar sobre o quão boa a última  temporada de Community foi. Uma das piores decisões que a NBC fez foi cancelar a série (e olha que o canal já fez muita besteira), e é triste pensar que, justo em um de seus anos mais inspirados, a criação de Dan Harmon deu adeus ao canal.

Saiu em grande estilo, porém. Após o infame “ano do vazamento de gás”, Community mostrou que ainda conseguia fazer graça de si mesma, e trouxe de volta dinâmicas já usadas anteriormente sem torná-las forçadas. A introdução do personagem de Jonathan Banks pareceu ser um mero artifício para substituir Chevy Chase como o cara mais velho no grupo, mas acabou sendo uma grande oportunidade para desenvolver o grupo em novas situações e o próprio Hickey, e o fizeram muito bem.

Além da revisita à Dungeons & Dragons, Community também trouxe outras instâncias temáticas que explanaram sua extrema criatividade e preocupação com seus personagens: o caos causado pelo jogo de “the floor is lava” necessário para a amizade de Abed e Troy, o episódio que homenageia David Fincher sendo crucial para a humanização de Hickey, e “G.I. Jeff”, que tocou nas inseguranças do protagonista da série de uma forma única, porém efetiva. Isso sem mencionar o fantástico episódio distópico que criou sua própria mitologia de forma notável e foi resolvido em meros 20 minutos.

Não existem muitas séries que usam referências à cultura pop de forma tão inteligente e tão entremeada com suas tramas. E, bem, o grupo de estudos e aqueles amigos tão diferentes já fazem muita falta. Justamente quando só faltava uma temporada. Quase lá. #sixseasonsandamovie

DeviousMaidsSeasonTwoNewPoster

por Thiago Santos

Devious Maids (Lifetime)
2ª temporada

A série não é exatamente estreante, na verdade já está na sua segunda temporada e ouso afirmar que é umas das melhores séries de “dramédia” do momento. Devious Maids conta as histórias de Marisol (Ana Ortiz – Ugly Betty) , Rosie (Maya Herrera – Heroes), Carmen (Elena Delgado – Without a Trace), Zoila (Carla Espinosa – Scrubs) e Valentina (Edy Ganem). O destaque dessa série está no misto de humor do dia-a-dia das empregadas latinas, com os mistérios que rondam a vida de seus patrões e casos amorosos.

A primeira temporada gira em torno do assassinato da doméstica Flora Hernandez, e o acusado pelo assassinado acaba sendo o filho da professora universitária Marisol Suarez, que resolve se passar por empregada para descobrir o verdadeiro assassino e livrar o filho da cadeia. Os momentos de comédia estão principalmente ligados a Rosie, uma empregada tímida e inocente que ainda não domina completamente o inglês; Carmen, que é louca para ser uma cantora famosa e faz muitas loucuras para alcançar seus objetivos; e também da relação de Zoila com sua patroa Genevieve Delatour, uma mulher que tenta a todo custo parecer mais jovem do que é.

A segunda temporada traz um mistério que também envolve um assassinato (ou dois), e nossas empregadas maluquinhas estão com cada vez mais confusões no currículo, mesmo que algumas tenham mudado de patrões. Devious Maids entra no nosso ranking por ser tão boa em prender a atenção do espectador, trazer humor, drama e um elenco muito divertido, ter uma trama muito gostosa e ainda assim ser pouco conhecida.

Once Upon a Time (ABC)
3ª temporada

A temporada foi muito emocionante e temos que destacar a incrível atuação de Lana Parrilla (Regina/Rainha Má), a personagem é uma mistura de vilã e heroína apaixonante, mesclando a bondade que Regina vem assumindo com sua antiga personalidade de rainha má. Lana se tornou o amor maior dos fãs, deixando a protagonista no chinelo, o que venhamos e convenhamos é meio que esperado, Jennifer Morrison é uma boa atriz, mas a personagem Emma, com o perdão da expressão, é um ‘pé no saco’. A prova do grande sucesso de Lana está no fim da temporada quando Emma faz uma besteira enorme (ah vá!) e isso acaba magoando Regina, os fãs da série se mostraram muito bravos com Emma nas redes por isso, afinal todos estão se tonando realmente #teamRegina.

A temporada começou focada na história de Peter Pan, que ao contrário do convencional da Disney, não tinha nada de bom e divertido, na verdade era egoísta, mal e perigoso. Mas a grande “sacada” dessa temporada foi sem dúvida nenhuma Zelena, a Bruxa Malvada do Oeste (O Mágico de Oz), vivida Rebecca_Mader (Lost). A vilã, que também é meia irmã de Regina, apesar do seu tom de pele verde feito por computador (porque diabos eles não podiam usar maquiagem na atriz?) roubou a cena e a temporada. Zelena aprontou muitas coisas para conseguir fazer um feitiço do tempo e recuperar a vida que lhe foi tirada ao ser abandonada pela própria mãe (Cora).

Once Upon a Time ganha um lugarzinho entre nossas melhores séries pois mesmo com efeitos especiais bem ruinzinhos, a atuação do elenco é impecável e faz a série ter muita qualidade. O melhor disso é que a série também vem aproveitando os sucessos da Disney no seu universo de contos, pois como vimos no fim da temporada, o reino de Frozen está chegando em Storybrooke e todos estamos ansiosos para ver Elsa na série.

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