28 de fev. de 2014

Review: Suburgatory, 03x05 – Blame It on the Rainstick

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por Caio Coletti

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

A partir dessa terceira temporada, ao invés de fazer uma cobertura detalhada de cada episódio de Suburgatory, O Anagrama vai trazer uma review por mês, de preferência de episódios marcantes para a continuidade da série, checando a quantas anda uma das nossas comédias preferidas.

Uma boa parte dos reviews de Suburgatory aqui n’O Anagrama, desde a segunda temporada até a estreia dessa terceira, tem sido focado no fato de que a série de Emily Kapnek é muito melhor quando foca seu olhar na relação entre pais/mães e filhos(as). “Blame It on the Rainstick”, pela primeira vez, trouxe a este que vos escreve a sensação de que essa análise é um pouco injusta com as virtudes da série. Desde o primeiro episódio da season three, lá mais de um mês atrás, os escritores de Suburgatory tem feito um trabalho hercúleo e interessantíssimo em pesar cada relacionamento construído entre seus personagens e avaliar todos os danos e rachaduras neles.

Esse é o verdadeiro olho da série, no final das contas, e “Blame It on the Rainstick” mostra com maior ênfase que está perfeitamente dentro das habilidades do grupo responsável por Suburgatory juntar todos esses relacionamentos em um só episódios, em tramas igualmente importantes e eficientes. Aqui, somos divididos em duas frentes: George, após buscar Noah em sua clínica de reabilitação para problemas de comportamento violento, descobre que a personalidade do amigo está irreconhecível; e Tessa decide matar a aula mais fútil da qual já ouviu falar (sobre técnicas de bronzeamento, ministrada por Dallas, é claro) e acaba encontrando uma banda itinerante num parque em Chatswin. Comandada por Caris (Mae Whitman, yes!!), o grupo musical aos poucos revela algo mais sombrio.

Para começar, o retorno de Alan Tudyk é muitíssimo bem-vindo. Um dos faros cômicos mais afinados da série desde sempre, o ator retrata um Noah mudado com presença de espírito e carcterização perfeita, fazendo o par dinâmico de sempre com o focado Jeremy Sisto. Melhor que a combinação de Sisto com Tudyk só a do protagonista com Jane Levy, porque mesmo com o aspecto da paternidade em segundo plano, as cenas que os dois dividem são as melhores do episódio. Levy tem especialmente um ótimo momento, e vem tendo no decorrer de toda a temporada, se divertindo com o blá-blá-blá hipster presunçoso de Tessa.

Essa tal presunção tão bem traduzida na performance da moça, inclusive, joga uma luz muito interessante sob a sátira de Suburgatory, um elemento que ficou como pano de fundo na segunda temporada. Aqui, com o retrato dos costumes fúteis de Chatswin de novo em primeiro plano, também toma o centro do palco o quanto Tessa é uma ativista um pouco hipócrita quando precisa ser. Há algo na elaboração intelectual-alternativa dela que a faz tão culpada de futilidade e egoísmo quanto aqueles estudantes que ela despreza. Com uma cena tensa e muitíssimo bem escrita entre ela e Lisa, “Blame It on the Rainstick” marca o momento em que a terceira temporada de Suburgatory se cansou de só sugerir isso.

Observações adicionais:

- “Ted Danson dating Whoopi Goldberg” “The heart… wants what it wants”

- Mae Whitman está incrível como uma hippie líder de um grupo de nômades musicais cantando “Moth’s Wings” do Passion Pit em uma tenda. A atriz não só está extremamente madura como passa segurança e carisma no personagem.

- “And where are they from?” “The whole wide world? Planet Earth?”

- “Can you hear it?” “Yeah” “Can you feel it?” “Eh”

- “Incorrect use of your mama”

- O episódio tem uma mensagem muito legal sobre amizade. Uma das coisas mais bacanas de Suburgatory é ter toda a digressão cínica e moral em meio a comédia, e no final voltar a valores muito fundamentais e acertadíssimos.

✮✮✮✮✮ (4,5/5)

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