30 de ago. de 2010

Decifradores – Entrevista: Ana Menezes

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São seis os blogs listados no perfil dela, cujos temas vão da literatura (o Metempsicose) a cultura pop (no meu preferido, o bones-cinema-tv), passando por um espaço dedicado a widgets e posts-experiência (o talentoecriatividade) e até por três páginas dedicadas a fotos de gatos para aqueles apaixonados pelos felinos (LarinhaMiuh, bones-mione, Casa de Gatos). Bones é o pseudônimo blogger de Ana Menezes, escolhido em homenagem ao Dr. “Bones” McCoy, personagem latente do seriado original de Jornada nas Estrelas que ganhou a cara de Karl Urban no filme mais recente da franquia, dirigido por J.J. Abrams.

Além de trekker, Ana é paulista, mãe, fã de Supernatural e uma enciclopéda da cultura pop, especialmente a televisiva, dos últimos tempos. No Orkut, cita V de Vingança e Paraíso Perdido, livro de John Milton que tem um trecho pelo Capitão Kirk em um dos episódios da série clássica da ficção científica. Enfim, Bones/Ana é uma daquelas pessoas que vale a pena, mesmo, conhecer. E ler, e ouvir, e absorver como influência e exemplo. Deixemos, então, ela falar.

Parte Um: As letras…

Uma palavra: Agora.

Um filme: “Um Sonho de Liberdade” (The Shawshank Redemption, 1994).

Uma banda: Nickleback.            Uma série de TV: Glee.

Um ator: Sean Connery.          Uma atriz: Cate Blanchett.            Um diretor: Steven Spielberg.

Uma citação: “Bem, ninguém é perfeito” (Joe E. Brown em Quanto Mais Quente Melhor)

Um blog: O meu.

Uma celebridade: Angelina Jolie.

Dia ou noite? Noite.                       Inverno ou verão? Inverno.                    Acaso ou destino? Acaso.

Twitter ou Orkut? Twitter.           Orkut ou Blogger? Blogger.

Último filme que viu (gostou?): “Karate Kid” (Karate Kid, 2010) com Jackie Chan e Jaden Smith – não posso dizer que gostei. Estou saturada de tantos remakes, é como repetir o almoço de domingo todos os dias. Até tentei encarar como novidade, mas fica tão previsível que deixa de ter graça.

Tocando agora: Coldplay – Cemeteries of London.

Parte Dois: O Anagrama…

Escrevo porque…

Necessito. É mais forte do que eu.

Acordo na madrugada e preciso colocar no papel o que flutua em minha cabeça. Beira a loucura. Tantas estórias que se formam nos sonhos que necessitam ficar no papel, ganhar alma para florescer.

Vejo um filme e tenho que colocar em palavras o que senti, muitas vezes escrevo sem noção de fazê-lo. São os bilhetinhos escritos em cupons de supermercados que ficam na mesa, os blocos de notas abertos na barra de tarefas que esqueço de salvar, começos de contos, pequenas frases, por vezes posts inteiros que só vejo na hora que desligo o computador ou limpo a escrivaninha.

O que seu filme preferido te ensinou? E porque é seu filme preferido?

Gosto de “Como Era Verde o Meu Vale” (How Green Was My Valley, 1941), um dos primeiros filmes que assisti que não eram de ficção científica. É sobre um garoto, caçula numa família de mineiros que poderia ter tido um destino diferente dos irmãos mas que acaba sendo obrigado a enfrentar os duros turnos dentro da mina de carvão. Faz muito tempo que não vejo o filme, até procurei por ele online, sem sucesso. O que mais recordo são os lençóis brancos na cama de Roddy McDowall, iguais aos da casa da minha avó. Foi o que me chamou a atenção de imediato e a razão pela qual vi o filme pela primeira vez. Me recordava a casa onde passava as férias.

O que me ensinou? Que não se pode ter tudo o que se quer ou se sonha. A vida tem o hábito de se colocar no seu caminho.

Planeja antes de escrever ou deixa as coisas fluírem conforme escreve?

Não planejo nada para escrever, vou com a maré. Mas depois venho cortando frases repetidas, sem nexo, excessos, equívocos, delírios e por vezes desvios do tema principal. Já aconteceu de começar a escrever sobre um filme e terminar sobre dois outros.

Acho que deveria planejar, mas não funciona comigo. Tenho que sentir algo quando escrevo, não dá para forçar a emoção.

Para quê gostaria de ter mais tempo e o quê passa tempo demais fazendo?

Parece que passo o tempo todo trabalhando, sério.

Queria ter tempo para ler mais, para poder entrar numa livraria, me perder na seção lançamentos e escolher tudo o que me interessasse. Mantenho a tarde de domingo para o cinema que é a minha principal paixão, a noite de domingo para separar ao menos um post para o blog e duas horas todo dia para vasculhar a internet e manter vivos os meus joguinhos virtuais.

Na Internet as pessoas mudam? E, além disso, ela é capaz de mudar as pessoas? Se sim, de que modo você mudou?

Mudam? Acho que não. Acho que uma pessoa chata no mundo real vai continuar chata no mundo virtual. As pessoas mentem muito na Internet. Desde a idade até o país. Mas isso faz parte de toda a brincadeira. Criar avatares, personalidades, e-mail falso para acessar mais de uma conta de Orkut… coisas assim. Vejo isso como libertação da realidade, que desde que não prejudique ninguém, não é algo negativo. Com a convivência nos sites de relacionamento, se percebe quais são os perfis fakes com mais facilidade.

Se pode mudar a vida de uma pessoa? Com certeza sim. No mínimo, facilita muito. O conhecimento pode mudar a vida de uma pessoa. Mas o que mais percebo é que quem passa algum tempo na Internet, mesmo os pequeninos, aprende a compreender o que lê com muito mais facilidade, a notar os detalhes, a pensar. Creio que a Internet foi responsável por um salto que ainda não temos como perceber na linha evolutiva do homem. Daqui a algumas gerações, talvez…

Se eu mudei? Muito. Hoje não compro jornal na banca ou enfrento fila de banco, ganhei mais tempo para o que me agrada. Claro que não tenho mais um cartão de biblioteca, mas, enfim… nada é perfeito. Como pessoa acho que não mudei muito não. Troquei os cadernos por um blog. Recebo comentários por e-mail ao invés de invadir a casa dos amigos para saber o que eles acharam do que eu escrevi. Conheço mais gente no mundo virtual que compartilha os meus interesses. Continuo a mesma ner de sempre.

O advento do celular, esse sim, foi uma inovação da qual já não consigo me vizualizar sem.

Como você compara música nacional e internacional? Qual escuta mais e porquê?

Ah, eu sou aquela chata que sempre adora a próxima música. Gosto de pop, rock e dance music. Sertanejo e samba nem pensar. Gosto também da música instrumental, daquela música ambiente que só se percebe quando para de tocar. E vivo cantarolando Justin Bieber ou qualquer outra novidade que apareça no rádio. Não compro CDs, baixo o que gosto, ouço até cansar então descarto.

Escolha uma personalidade (de cinema, música, literatura…) que acha injustiçada e defenda-a!

“Avatar” por injustiçado esse ano no Oscar. Como filme ele fará muito mais história do que “Guerra ao Terror”, merecia a estatueta principal da noite. Acima eu mencionei “Como Era Verde Meu Vale”, filme que ganhou o Oscar de Melhor Filme no lugar de “Cidadão Kane”, este último outro injustiçado que com inúmeras indicações (foram 09 se não me engano) só recebeu um. Ora, “Cidadão Kane” como filme inovou muito mais, acabou sendo reconhecido como um marco na história do cinema.

O que me lembra Alfred Hitchcock, a quem todos copiaram e a quem a Academia não reconheceu de imediato. E depois tem… Ah, não vamos começar com isso agora aqui, não.

Como define sua forma de escrever, seu blog e a si mesma?

Alinhavo pensamentos. No blog eu tento mudar a opinião de alguém, não coloco assuntos polêmicos ou busco agradar a alguém. Queria que ele fosse uma vitrine do que já vi ou li, que separasse o que tivesse destaque do que era total perda de tempo. Mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa.

Com tempo percebo que virei garota-propaganda de alguns filmes que me agradam. Se influenciei alguém a ver determinado filme ou ler tal livro não foi de propósito. O blog ainda é minha válvula de escape, como foram tantos e tantos cadernos ao longo dos anos.

Me agrada que pessoas como vocês possam ler o que eu escrevo. E é gratificante saber disso.

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Imagens recentemente usadas nos blogs da Bones

Aprendiz de Feiticeiro parecia uma produção bobinha nos primeiros teasers, o trailer final foi bem emocionante. E o filme… ficou na categoria da Sessão da Tarde para os adolescentes: curto e eficiente com efeitos competentes, deixou um pouco a desejar no desfecho do roteiro, achei que poderiam ter colocado um pouco de incerteza na trama, algum suspense… mas essa sou eu, a garotada vai adorar.”

(Ana Menezes no post “Nicolas Cage, mestre de feitiçaria”)

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom...o que tenho a dizer sobre Ana!Especial.
Inteligencia alem do normal!
Pessoa super na dela,super centrada,e por ser assim tão inteligente muitos não conseguem entendela,acham ela estranha...mais na verdade estranho somos nos q ñ conseguimos acompanhar o raciocinio dela...por que?
Porque ela é SUPERNATURAL...RSRS...uma pessoa que conheci e admiro muito a sua coragem, sua história de vida e como ela leva isto sem deixar transparecer.
Arvore boa dá bons frutos...os filhos são iguais!
TALENTOS ESCONDIDOS QUE PRECISAM SER DESCOBERTOS!!!!
ANINHA PARABENS AMIGA!!!

bones disse...

Obrigada Caio, pelas palavras, você me vê com olhos bondosos.
Já vieram me chamar de enciclopédia no msn hoje, rsrs .
Adorei.

Anônimo disse...

Estou em um novo endereço, me visita? E se quiser seguir também, não vou achar ruim rs.
http://docesinstantes.blogspot.com/

Babi Leão disse...

Gostei dela :D