20 de set. de 2015

Você precisa conhecer: o rigor e o desajuste do duo de synthpop Priest

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texto por Caio Coletti
entrevista por Ilson Junior & Caio Coletti

Apesar da sensibilidade gelada que as influências musicais do Priest deixam transparecer, Madeline Priest e Dave Kazyk são ambos naturais do ensolarado estado da Flórida, nos EUA. Com essa informação em mãos, talvez o ouvinte consiga reconhecer melhor as particularidades que fazem a música do duo especial em meio ao mar de artistas synthpop do cenário independente. Assinados com uma gravadora sueca, os dois fazem música para noites evocativas e contam com uma pletora de referências dos anos 80 para compor peças climáticas, que os colocam em um território fora da bolha de artistas que misturam R&B e sintetizadores (vide a sueca Marlene, que já perfilamos aqui no site).

A parte do “rigor” do título vem dos vocais de Madeline, que confessou abordar o canto da mesma forma como abordou seu treinamento em ballet clássico. “Na dança, especialmente no ballet, tudo parece gracioso e fluído, mas na verdade você está se esforçando muito. Quando eu canto, apesar de não ser tão rigoroso quanto a dança, eu tenho usar essa mesma energia”, ela disse em entrevista ao Idolator (aqui). Essa abordagem se faz notar na voz controlada da moça, que sabe de que forma melhor servir à música e nunca se rende à exibicionismos – em suma, Madeline parece mais um instrumento bem afinado nas produções do parceiro Kazyk.

A vocalista do duo também respondeu algumas perguntas para O Anagrama, como você pode conferir a seguir. O primeiro disco do Priest, auto-intitulado, saiu no último dia 05 de Maio, e pode ser ouvido na íntegra logo aí embaixo.

PS: Madeline nos confessou, na entrevista, que o primeiro vídeo do duo pode sair logo logo, então fica a expectativa.

O Anagrama: Depois de alguns bons anos de influência oitentista dominando a música pop e a música experimental, recentemente a maioria dos artistas tiraram inspiração dos anos 90. Como vocês veem essa mudança nas influências, e como isso afeta ou não afeta o seu jeito de fazer música, que é francamente inspirado nos anos 1980?

Madeline: Bom, como a música está sempre evoluindo eu acho que é assim que estamos olhando para o que fazemos. Nós tiramos inspiração de muitos lugares, e realmente qualquer coisa está na mesa para usarmos quando quisermos. Eu não acho que nos sintamos confinados em uma “caixinha” oitentista. Estamos trabalhando em novo material agora, então estou animada para ver onde isso vai nos levar.

O Anagrama: O seu processo criativo é mais calculado ou espontâneo? Vocês param e falam sobre que tipo de som vocês querem para determinada faixa e porque, ou é uma coisa mais no estilo “faça o que soar bem”?

Madeline: Nós meio que só mergulhamos na música e vemos o que funciona e o que soa bem. Então eu acho que o nosso processo é um pouco mais espontâneo. Eu tenho dificuldades para me focar algumas vezes, então eu provavelmente preciso trabalhar em ser um pouco mais calculada nesse sentido.

O Anagrama: A disputa entre a indústria pop e os artistas independentes é algo do qual vocês se sentem parte? Conforme sua carreira progride, vocês sentem que a pressão para ser comercial ou mais acessível atrapalha sua criatividade?

Madeline: Eu não acho que nos sentimos muito pressionados por isso. Nós estivemos em situações em que poderíamos ter sacrificado nossa integridade musical por muita exposição midiática ou dinheiro, mas nenhum de nós dois quer isso. Nós somos muito gratos pelas oportunidades que recebemos, e sabemos que elas aconteceram por causa das pessoas que nos apoiaram e compartilharam nossa música desde que lançamos “Samurai”.

O Anagrama: Quais são as chances de vermos uma versão física do álbum de estreia? Por que vocês decidiram não lançar ainda, ou não lançar at all?

Madeline: Vocês podem comprar uma cópia física aqui no nosso site! Nós não as tínhamos para o lançamento inicial, mas recebemos tantos comentários e mensagens pedindo por elas que não poderíamos não produzí-la.

Pra quem gosta de: Robyn, Royksopp, The Human League, Pet Shop Boys, Oh Land

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