Na última semana, li muitas críticas ao novo formato Facebook. Opa, só um pouquinho: eu também faço parte desse grupo. Mas vamos combinar, tá insuportável, não? As pessoas perderam a noção e fizeram da rede social mais popular do momento um negócio confuso, repetitivo e cheio de apelação. Às vezes você tá lá procurando inspiração pra atualizar o seu status e dá de cara com a foto de um cachorro mutilado. Ou vê seu mural recheado com montagens mal feitas, piadinhas sem graças ou lições de moral cheia de hipocrisia... Cansa. Já tem gente arrumando as malas e procurando uma nova rede. Alguns resmungam que “orkutizou”. E é verdade. O mesmo mal que atingiu o Orkut, está atingindo o Facebook.
Aí eu te pergunto: que mal é esse?
Eu digo que não é o Orkut ou o Facebook. São as pessoas. Somos nós. Nossa cultura de estragar tudo. Nada dura nas nossas mãos e a durabilidade cada vez é menor.
O Face era legal até o momento que as pessoas perderam a vergonha. Até o momento que aquela trava social perdeu a força. E isso é só uma representação do que acontece na vida.
As pessoas se travam, seguram o que são até o momento que o que as doma deixa de ser forte. Lembro que no início, o Face intimidava. Perguntava o que você estava pensando. No começo as pessoas colocavam coisas bobas, cotidianas, mas que eram legais de ver. Aos poucos, aquele espaço intimidador foi sendo ocupado. Até o momento que ninguém mais se intimidava. Aí muita gente começou a falar sobre tudo. Uns liberaram geral. Falavam até sobre o que não sabiam.
Nesse tempo, a migração Orkut-Facebook começou. E o nível foi descendo...
Hoje eu sinto que aquele espaço intimidador foi esmagado. Até acredito que muita gente esqueceu que o Facebook é um espaço público e que tudo que é publicado é visto por todos. Ao mesmo tempo, muitos querem aparecer. Ganhar destaque. Por isso publicam tudo que podem, quanto mais “likes” melhor. A qualidade, mais uma vez, deu espaço à quantidade.
É a ordem natural das coisas.
Descobrimos uma coisa boa, chegamos perto dela com cuidado. Usamos um pouco. Percebemos que podemos usar mais. E... abusamos. Até o prazer desaparecer e virar obrigação. Virar sistemático. Nossa vida está sistemática. Curtimos coisas e nem sabemos o motivo. Odiamos outras sem saber porquê. E cada vez mais queremos atenção. Alguns apelam, outros são discretos – mas nem por isso são menos carentes.
Aí reclamamos. Do sistema, da realidade. Procuramos culpados. Amanhã, todos vão reclamar em coro do Facebook, até quem o tornou insuportável.
É a vida.
“Quem precisa de televisão quando se tem tanto drama no Facebook?”
(Autor desconhecido)
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