17 de nov. de 2011

O que não te mata, te torna mais forte.

o que não te mata 1

por GuiAndroid

A depressão ainda me aflige, as dores no peito cada vez piores. Me pergunto se algum dia irei me curar de tais males, mas pelo menos uma resposta para essas perguntas eu tenho: não existe cura para as memórias tristes, não há como sarar de algo que está impregnado em sua mente. Talvez causar uma amnésia fosse uma solução, temporária mas ainda uma solução, porém eu mal sei como causar isso e se sei não irei jamais tentar tal ato. Mas como me recuperar se esta mesma memória é a causadora das minhas dores e de todos os meus males? Causadora da minha vida fracassada, da minha moral destruída, da minha auto-estima devastada, do meu coração espatifado.

Será que ela não se dá conta da dor que suas duras palavras podem causar? A memória vivíssima em minha mente insiste em me lembrar das mesmas:

"Se você crescesse, se você fosse mais homem, mais bonito, mais alto e mais inteligente talvez eu lhe desse uma segunda chance, mas como você não é, jamais foi e jamais vai ser quero que você vá e não volte, jamais. O que está certo é que você a partir desse momento já não significa mais nada em minha vida".

E todas as frases, palavras, orações, sílabas e letras espancam meu consciente me deixando aturdido. Crescer, não foi ela quem disse que me amava da maneira como eu era e que adorava meu jeito criança de ser? Homem, em alguns momentos ela pareceu não duvidar nem um pouco disso. Bonito, quem se apaixonou por mim foi ela, deveria saber do risco que corria. Alto e inteligente, ficar mais alto jamais foi um objetivo e inteligência, quem se apaixonou por mim mesmo? Quem é menos inteligente agora?

Amar se tornou motivo de arrependimento, se tornou dor, motivo para tornar minha vida feliz por um tempo e infeliz pelo dobro, triplo, quádruplo. Algum dia, e eu espero que esse dia chegue, quero encontrá-la novamente e dizer obrigado por ter aberto meus olhos para ver o quanto as pessoas normalmente costumam valer: nada além de felicidade temporária e prazer momentâneo.

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“..I hate to turn up out of the blue uninvited/ But I couldn’t stay away, I couldn’t fight it/ I hoped you’d see my face, and that you’d be reminded/ That for me it isn’t over…”

(Adele em “Someone Like You”)

1 comentários:

Luís disse...

É, o autor do texto soube captar alguns bons momentos da angústia de "ser deixado para trás", principalmente quando coloca seu personagem a questionar-se retoricamente - com funções argumentativas evidentes - acerca do porquê de não terem podido continuar. Achei interessante o desenvolvimento, penso que pode expandir-se muito mais e tornar-se um texto bem mais pungente.