por Caio Coletti
Enquanto ainda é preciso esperar por alguns lançamentos para cunhar uma lista definitiva para esse segundo semestre de 2011 no mundo da música, consertar alguns esquecimentos é sempre uma boa ideia. Entre divas consagradas da música pop que mudaram ligeiramente de direção mas não perderam o cacife, revelações indie e uma pérola surgida do YouTube, essas cinco preciosidades do semestre passado ficaram, por uma razão ou outra, sem entrar na nossa lista anterior. Nada que não possa ser revisado. Só para constar, essa lista aqui poderia contar, na verdade, com 13. Os outros 8 figuram ali embaixo para quem quiser conferir também. De uma forma ou de outra, aqui vão mais cinco bons álbuns do primeiro semestre.
1ª posição – 4 (Beyoncé)
Talvez a qualidade desse 4, elogiado e criticado na mesma medida, seja a de ser o álbum que captura Beyoncé na essência mais crua (no melhor dos sentidos) da sua energia. É fácil ouvir isso em “1+1”, “Love on Top” e “I Was Here”, algumas das investidas mais diferenciadas do álbum, no sentido que ousam mexer em gêneros e peculiaridades musicais não muito afeitos a carreira da cantora. 4 não é só um grande álbum de R&B, como foram Dangerously in Love e B’Day, e não é só uma bela mistura de baladas e composições hip hop, como I Am… Sasha Fierce. 4 é a representação em estúdio da artista pop que se moldou de Beyoncé nesses anos de carreira.
Os singles: Run The World - Best Thing I Never Had – 1+1 – Countdown - Love on Top - Party
Ouça também: I Care - I Was Here
2ª posição – Lovestrong. (Christina Perri)
Você já ouviu a voz dela. Nos últimos tempos tem sido impossível passar incólume pelo sucesso de “Jar of Hearts”, o single de estreia dessa americana de 25 anos, compositora de canções quase sempre tristes que, não por acaso, servem bem ao seu timbre rouco e as suas interpretações intensas. Saída direto de um canal de covers muito popular do YouTube (vale a pena ver a sua rendição de Speechless, de Lady Gaga), Christina reuniu uma tracklist recheada de belas canções nesse seu primeiro álbum, um estudo dos gostos e desgostos do amor. Há a lamentação gratuita em “Sad Song”, uma pitada de vingança em “Bang Bang Bang”, e por aí vai.
Os singles: Jar of Hearts – Arms
Ouça também: The Lonely - Sad Song - Bang Bang Bang
3ª posição – Wounded Rhymes (Lykke Li)
Frequentemente descrita como “Björk encontra Florence + The Machine”, Lykke Li e o alcance que “I Follow Rivers” alcançou provam que 2011 foi o ano em que a revolução do indie pop realmente veio a tona. Até em Glee a canção figurou. Esse é o segundo álbum da cantora e compositora, um amálgama de referências (as batidas ressonantes realmente lembram Florence, e a entonação dos vocais de Li remete mesmo a Bjork, ainda que seu timbre seja dramaticamente diferente do da islandesa – o que não significa que Li cante mal) e ao mesmo tempo uma obra muito particular, trabalhada em tom sombrio sem sufocar o ouvinte.
Os singles: Get Some - I Follow Rivers - Sadness is a Blessing
Ouça também: Love Out of Lust - I Know Places
4ª posição – Adulthood (CocknBullKid)
Não é como se haja por aí algo com o que se comparar esse álbum de estreia da inglesa Anita Blay sob o pseudônimo de CocknBullKid. A semelhança com a excelente Marina & The Diamonds, que lançou o seu The Family Jewels (altamente recomendado) em 2010, se deve a Liam Howe, o produtor em comum, e também ao fato de ambas terem saído da mesma cena underground inglesa que esá dando as caras para o indie pop entre 2010 e 2011. Letrista ao estilo Morrissey, ao mesmo tempo direta e metafórica, frequentemente auto-depreciativa, Blay é uma cantora que não abusa do alcance que sabe ter, preferindo nos presentear com o deleite de seu timbre em modo suave.
Os singles: One Eye Closed - Hold on to Your Misery - Asthma Attack – Yellow
Ouça também: CocknBullKid – Hoarder - Happy Birthday
5ª posição – Belong (The Pains of Being Pure at Heart)
Não vou mentir: não sou o maior conhecedor das bandas que figuram nas onipresentes listas de influências do The Pains of Being Pure at Heart nas críticas por aí. Smashing Pumpkins, My Bloody Valentine, Ride. O indie-rock dos anos 90 não é minha especialidade, mas não é preciso ter muito além de uma boa percepção musical para apreciar o tipo de música que esse quarteto de Nova York vem fazendo desde 2009, com o auto-intitulado primeiro álbum. A oposição entre o quieto, o melancólico, sintetizadores e vocais sussurrados com guitarras pesadas cria aqui um álbum de rock que vai ficar na sua cabeça tanto quanto qualquer composição pop por aí.
Os singles: The Body - Heart in Your Heartbreak
Ouça também: Belong - Even in Dreams - My Terrible Friend
E, completando o semestre…
6ª posição – Angles (The Strokes) – Ouça: Under Cover of Darkness - Macchu Picchu
7ª posição – Torches (Foster The People) – Ouça: Pumped Up Kicks – Waste
8ª posição – Tropical Splash (Copacabana Club) – Ouça: Just do It – Peach
9ª posição – Find Me (Christina Grimmie) – Ouça: Advice – Ugly
10ª posição – Love? (Jennifer Lopez) – Ouça: Papi - Until it Beats no More
11ª posição – When The Sun Goes Down (Selena Gomez & The Scene) – Ouça: Love You Like a Lovesong – Whiplash
12ª posição – All Things Bright & Beautiful (Owl City) – Ouça: Deer in The Highlights - Dreams Don't Turn to Dust
13ª posição – Matthew Morrison (Matthew Morrison) – Ouça: Let Your Soul be Your Pilot
“She was the heart in your heartbreak/ She was the miss in your mistake/ And no matter what you say/ You’re never going to forget/ She was the tear in a rainstorm/ She was the promise that you would’ve sworn/ And no matter what you say/ It’s never gonna come back”
(The Pains of Being Pure at Heart em “Heart in Your Heartbreak”)
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