Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

Os 15 melhores álbuns de 2017

Drake, Lorde e Goldfrapp são apenas três dos artistas que chegaram arrasando na nossa lista.

Review: Me Chame Pelo Seu Nome

Luca Guadagnino cria o filme mais sensual (e importante) do ano.

Review: Lady Bird: A Hora de Voar

Mais uma obra-prima da roteirista mais talentosa da nossa década.

Review: Liga da Justiça

É verdade: o novo filme da DC seria melhor se não tivesse uma Warner (e um Joss Whedon) no caminho.

17 de jul. de 2013

Marina & The Diamonds sem o luxo (e a maquiagem) no clipe de “Lies”

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por Caio Coletti

A saga da multifacetada Electra Heart chega ao seu décimo capítulo em vídeo no clipe de “Lies”, que vem sendo esperado pelos fãs desde o lançamento do álbum que leva o nome da personagem, no ano passado. Depois da decepção com o clipe “boicotado” de “State of Dreaming”, o novo vídeo é uma produção apurada e refrescante para os fãs, com visual bem estruturado e o carisma de sempre de Marina.

Interessante mesmo é a categorização dos “arquétipos” do álbum. “Lies”, por exemplo, é considerada uma canção do arquétipo Su-Barbie-A, que representa o lado “sofrimento por amor” do álbum (e do retrato que este faz de um tipo de vida alienado e prosaico, resumido no ideal suburbano do sonho americano). “Starring Role” e “Lonely Hearts Club” também são consideradas canções desse arquétipo.

Demi Lovato e o romance à la Nicholas Sparks do clipe de “Made in The USA”

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por Caio Coletti

Por volta dos dois minutos e meio de “Made in The USA”, um take resolve deixar explícita a inspiração do clipe: enquanto seu amado está lutando uma guerra do outro lado do oceano, a mocinha do vídeo escreve uma carta que começa com as palavras “Dear John…”. É referência clara a uma das obras mais famosas de Nicholas Sparks, o escritor romântico mais famoso da atualidade.

No vídeo co-dirigo pela própria Demi, que escolheu não interpretar a parte feminina do casal principal, mas aparece em diversos takes cantando e tocando a canção (em um violão acústico), um garoto e uma garota se apaixonam em um parque de diversões de beira de estrada (um “carnival”, como dizem os americanos), mas são separados quando ele é convocado pelo exército.

16 de jul. de 2013

John Mayer, de álbum novo mês que vem, e seu “Wildfire”

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por Caio Coletti

Os “shadow days” estão acabados mesmo para John Mayer. Assim como no álbum anterior, Born and Raised, o que já se ouviu do novo projeto do moço indica uma direção bem mais naturalista e ensolarada. Embora John nunca vá ser Jack Johnson, “Wildfire” é uma canção que flerta de leve com o surf, fincando raízes no estilo de country conhecido como americana. Com timbre de guitarra peculiar e a volta do piano aos instrumentais do cantor, a nova canção ganhou lyric video com cenas de shows ao vivo.

Mayer, que vem para o Brasil em Setembro (dia 19 em São Paulo, na Arena Anhembi; dia 21 no Rock in Rio), chegará fresquinho do lançamento de Paradise Valley, intitulado em homenagem ao local isolado onde o cantor morou por boa parte do tempo nos últimos dois anos. O disco chega as lojas no dia 20 de Agosto, um ano e três meses depois do Born and Raised. Foi um ano movimentado para o cantor, que passou por cirurgias nas cordas vocais. Veja abaixo a tracklist e o lyric video para o primeiro single, “Paper Doll”:

1. Wildfire
2. Dear Marie
3. Waiting on The Day
4. Papel Doll
5. Call Me the Breeze
6. Who You Love
7. I Will Be Found (Lost at Sea)
8. Wildfire
9. You’re No One ‘Til Someone Lets You Down
10. Badge and Gun
11. On The Way Home

Review: Under The Dome, 01x04 – Outbreak

UNDER THE DOME

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

O procedimento de Under The Dome passa perigosamente perto do formulaico em sua narrativa, mas se mantem acima dessa definição pelo simples fato de que nunca deixa de estar em movimento. Nessas quatro primeiras semanas, tivemos um piloto que apresentava os personagens com agilidade e sem rodeios, um segundo episódio que não perdia tempo com amenidades e mantinha a trama indo adiante, e um terceiro que amarrava pontas sem deixar de apresentar possibilidades novas. E agora temos “Outbreak”, que se alinha com “The Fire” muito mais do que com “Manhunt”, jogando uma situação extrema nas mãos dos habitantes de Chester’s Mill e assistindo a seus personagens bem construídos criarem conflitos envolventes.

O roteirista Peter Calloway faz pouco mais do que polir as superfícies de uma estrutura pronta que funciona graças a fenomenal habilidade de Under The Dome em nos engajar com esses personagens em tão pouco tempo. A diretora Kari Skogland ganha mais pontos por criar uma identidade visual que a série já pode pensar seriamente em seguir, com close ups e mudanças de foco. É uma linguagem cinematográfica que faz bem à experiência do espectador com a história, e que casa especialmente com essa quarta trama da série: no mesmo dia em que os militares do lado de fora do domo recebem ordens para deixar o local, um surto de meningite atinge a cidade, que sofre com a falta de médicos e antibióticos.

Claro, esse é só o contexto para vermos os personagens passando por histórias particulares: a relação cheia de segredos entre Julia e Barbie chega a um ponto crítico quando ela descobre que o ponto marcado no mapa que o moço deixava escondido era a casa do DJ da rádio local, Phil; Junior ganha ares de líder in the making ao ser incumbido pelo pai de vigiar a porta do hospital e não deixar ninguém sair de lá (palmas para a franca evolução da atuação de Alexander Koch desde o piloto); Linda reencontra uma professora de sua infância no auge da doença; e a mitologia da série fica por conta de Joe e Norrie (os ótimos Colin Ford e Mackenzie Lintz), que gravam uma de suas convulsões (“pink stars are falling”) e se assustam com os resultados.

“Outbreak” abre mais possibilidades do que as fecha, criando tensão em desfechos como Junior se tornando um policial e Big Jim encontrando a cela de Angie em seu porão. A linha mestra da série, com a história de Julia e Barbie, prefere manter o status para não desfazer a tensão tão cedo na narrativa. São escolhas inteligentes de uma série com plena consciência de suas maiores virtudes.

***** (5/5)

UNDER THE DOME

Próximo Under The Dome: 01x05 – Blue on Blue (22/07)

Caio

James Blunt lança novo álbum, Moon Landing, em outubro

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por Caio Coletti

Boatos espalhados por um tablóide britânico em Outubro passado davam conta da aposentadoria prematura de James Blunt do mundo musical, depois de três álbuns e 18 milhões de cópias vendidas no mundo todo. O moço ironizou a publicação na mesma semana, afirmando aos fãs que estava com a agenda cheia de sessões de estúdio, mas só com o trailer do quarto álbum lançado essa semana que os ânimos realmente se acalmaram.

Moon Landing é o título do novo disco, que tem lançamento programado para Outubro, três anos depois do elogiado Some Kind of Trouble. O trailer de pouco mais de um minuto tem imagens de uma missão espacial americana e mostra uma sonoridade mais inclinada para o piano rock. Um comunicado da Warner Music anuncia “um som com mais força, mais orgânico e mais direto”, fruto da reunião de Blunt e Tom Rothrock, produtor que trabalhou em seu primeiro álbum, Back to Bedlam.

15 de jul. de 2013

Review: The Newsroom, 02x01 – The First Thing We Do, Let’s Kill All The Lawyers

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ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

Atenção, caros espectadores: The Newsroom acabou de estreiar o que promete ser uma das mais inteligentes e complexas temporadas de televisão em um bom tempo. “The First Thing We Do, Let’s Kill All The Lawyers” mostra que Aaron Sorkin não só ajustou um ou dois parafusos da máquina bem azeitada da primeira temporada, como resolveu ampliar a ambição já considerável da série e não só perseguir uma história real por semana, mas várias. E desenvolvê-las através de mais de um episódio. Com a liberdade de uma temporada curta, episódios de uma hora e a vantagem de estar no comando absoluto da série, Sorkin pode dar a luz a um prodígio de storytelling.

Essa premiere da temporada começa com a oralidade alucinante de sempre, mostrando Will e a advogada da AWM, Rebecca Halliday (a sempre fantástica Marcia Gay Harden), em uma reunião discutindo uma série de acontecimentos que levou a emissora a cobrir uma história que, pelo que a cena final do episódio entre a advogada e Mac dá a entender, terá consequencias gigantescas para a equipe do News Night. Mas nós não ficamos sabendo exatamente o que essa história compreende até o final desse episódio, e muito menos em que grande problema ela meteu os nossos protagonistas, e se Aaron Sorkin for realmente ambicioso, nós só ficaremos sabendo no final dos 9 episódios da temporada. Essa escolha dá a série um senso maior de arco narrativo e multiplica a complexidade de cada episódio.

No entanto, Sorkin está tão confiante em seu plano para a temporada que não é o bastante sublinhar a temporada com uma história maior: nesse piloto de The Newsroom, acompanhamos o começo de várias tramas que terão a chance de se espalhar pelos próximos episódios. Dev Patel tem a chance de dar ao seu Neal uma serventia real para série, quando o jornalista tenta vender a Mac a história de um pequeno movimento surgindo na época em que o episódio se passa, o Occupy Wall Street. É refrescante ver o personagem tendo algo concreto em mãos, e Patel é um excelente ator que finalmente é dado material a altura. Alison Pill também tem sua tão criticada Maggie aperfeiçoada, e mostra porque todo o trabalho na primeira temporada em manter a personagem com os pés no chão valeu a pena. Sorkin quebra com a narrativa cíclica do triângulo amoroso Maggie-Jim-Don e direciona a personagem em um caminho bem mais interessante.

Entra em cena também Hamish Linklater (The New Adventures of Old Christine), que é sempre uma presença bem vinda, especialmente quando seu personagem é pivotal para a trama como esse Jerry Dantana. Por fim, Jim é designado para uma storyline que é secundária por enquanto, relacionada as pré-eleições republicanas para a corrida presidencial. Se Sorkin está com a cabeça no lugar certo, isso pode ser uma boa aposta para o milo da temporada, e tudo indica que ele está: até as relações pessoais entre os personagens, que já eram perfeitamente bem escritas na primeira temporada, ganharam verniz de maturidade e desenvolvimento. The Newsroom continua tendo a dramédia de personagens adorável de sempre, a adrenalina de estar dentro de uma redação de sempre (a sequencia onde Mac tem uma série de problemas técnicos é praticamente agoniante), e o idealismo quixotesco de sempre. Aqui, os riscos só ficaram um pouco maiores.

***** (5/5)

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Próximo The Newsroom: 02x02 – The Genoa Trip (21/07)

Caio