4 de abr. de 2014

Review: Bates Motel, 02x05 - The Escape Artist

A partir dessa segunda temporada, ao invés de fazer uma cobertura detalhada de cada episódio de Bates Motel, O Anagrama vai trazer uma review por mês, de preferência de episódios marcantes para a continuidade da série, checando a quantas anda um dos nossos suspenses preferidos.

ATENÇÃO: esse review contem spoilers!

por Caio Coletti

Mais ou menos um mês atrás, quando trouxemos ao Anagrama o review do primeiro episódio da segunda temporada de Bates Motel ("Gone But Not Forgotten"), a promessa que ficou com a estreia foi de uma storyline mais bem pensada, com mais senso de direção e mais noção de como mexer seus elementos, do que a do primeiro ano. Não dava para prever que os três episódios seguintes expandiriam essa promessa para um dos começos mais arrasadores da atual temporada de televisão: a trama não foi só expandida e carregada com muito cuidado e elegância, como conseguiu encaixar novas perspectivas sobre personagens principais e secundários, e centralizar ainda mais o jogo na relação Norma-Norman.

Dito isso, perto da excelente sequencia que Bates Motel engatou, "The Escape Artist" é o menos sólido dos episódios até agora. Com um roteiro bagunçado que joga muitas conclusões e descobertas em uma única hora de televisão, essa quinta entrada da temporada mostra pela primeira vez que a pressão de ter apenas 10 episódios por ano para contar sua história faz mal a Bates. Não que seja impossível, uma vez que muitas séries da TV fechada se dão muito bem com um número semelhante de capítulos por temporada, mas talvez o planejamento de Carlton Cuse e Kerry Ehrin precisasse ser um pouco mais refinado para funcionar em um prazo tão curto.

Culpar apenas os developers, porém, é injusto, uma vez que o roteiro é assinado por Nikki Toscano, colaboradora frequente de Revenge que parece trazer um pouco do "novelão" da série da ABC para Bates. No episódio acompanhamos Norman tendo um momento decisivo na sua relação com Cody (a ótima Paloma Kwiatkowski, que tem uma breve cena com Vera Farmiga e consegue o feito de não ser ofuscada), quando a garota-problema o leva para uma "cana na árvore", seu refúgio da relação complicada com o pai, que vemos em um breve flash. Norman não é o único que "get lucky" no episódio, e isso diz algo sobre a carga de trama que existe em "The Escape Artist": a relação fofa entre Emma e Gunner (Keenan Tracey, encantador) também chega aos finalmentes.

Paralelamente, acompanhamos Norma aceitando ajuda do misterioso Nick Ford - que, não vamos esquecer, é pai da professora Watson, que Norman matou no final da temporada passada - para parar as obras da estrada que prejudicará seu motel. E por fim, o Xerife Romero, agora hospedado no motel (o que significa mais tempo de tela para Nestor Carbonell, yay!), tenta acertar as contas com o responsável pelo incêndio em sua casa: o chefão das drogas e chefe de Dylan, Zane. Muitos dos detalhes dessa última trama, que também envolve o personagem de Max Thieriot, não fazem o mínimo sentido lógico, embora produzam cenas extremamente impactantes.

"The Escape Artist" não é ruim. É uma mistura estranha de kitsch com testosterona e diálogos nada sutis, cujo resultado é uma hora de televisão bastante divertida. O único problema é que, graças aos quatro episódios passados, Bates Motel mostrou que pode ser muito, muito mais.

Observações adicionais:

- É preciso dizer que, no início da temporada, a impressão foi que Emma ia ser jogada para escanteio, em completa coadjuvância, mas a trama que ela estrela está se mostrando cada vez mais um respiro de doçura para Bates. Ajuda que Olivia Cooke venda a personagem tão bem, adicionando bom humor a ótima atuação que já mostrou na primeira temporada.

- Momento Farmiga da semana: a expressão no rosto da atriz na longa pausa antes de responder Emma quando esta a pergunta sobre a sensação de uma primeira transa é absolutamente preciosa.

✮✮✮✮ (3,5/5)


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