Amelia (Amelia, EUA/Canadá, 2009)
Uma produção da Fox Searchlight Pictures…
Dirigido por Mira Nair…
Escrito por Ronald Bass & Anna Hamilton Phelan…
Estrelando Hilary Swank, Richard Gere, Ewan McGregor, Christopher Eccleston, Joe Anderson, Cherry Jones, Mia Masikowksa…
111 minutos
Amelia Earhart foi uma mulher extrarodinária. Nascida no mesmo Kansas de Dorothy Gale, com o sotaque caipira americano típico soando forte na voz e o rosto pouco delicado para os padrões da época, Amelia assumiu as próprias estranhezas, compôs para si mesma uma persona naturalmente carismática e conquistou tudo o que almejava na vida. Era uma mulher sonhadora, que quebrou os preconceitos da sociedade em sua volta mais pelos próprios anseios do que pela importância “social” desse fato (sem menosprezar esta última, que fique bem claro). Acontece que Amelia não é só um símbolo: é um ser humano complexo e encantador. E Amelia, o filme, traz isso a tona, apoiando-se na personalidade cativante de personagem-título e no talento de Hilary Swank para prender o espectador por quase duas horas e ainda emocionar com um final nada convencional. Enfim, preços que se pagam por contar uma história real.
Ao contrário de sua personagem principal, no entanto, Amelia não é, como filme, nada de extraordinário. A diretora indiana Mira Nair (Casamento à Indiana) arranca belas paisagens e conta com a fotografia primorosa de Stuart Dryburgh para assistí-la nesse processo, mas não parece se esforçar muito para retirar o melhor de seus atores ou das situações que registra. É uma observadora fria, estética, que não chega a empolgar. O roteiro de Ron Bass (Amor Além da Vida) e Anna Hamilton Phelan (Garota Interrompida) faz um resumo um tanto inconstante dos anos de sucesso de Amelia, sem se aprofundar em sua infância ou formação, mas carece de um ritmo mais compassado, de um crescendo mais perceptível conforme o filme avança. Se há emoção fluindo de Amelia, a culpa é mesmo de Hilary Swank, em uma atuação detalhista e acertada, e de sua química com um inspirado (mas nem tanto) Richard Gere. Vale pela história real, e pela mensagem final: “qual é o valor de um sonho que conhece limites?”
Nota: 6,5
Caçador de Recompensas (The Bounty Hunter, EUA, 2010)
Uma produção da Columbia Pictures…
Dirigido por Andy Tennant…
Escrito por Sarah Thorp…
Estrelando Gerard Butler, Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Christine Baranski…
110 minutos
Eu juro que não tenho nada contra Jennifer Aniston. Pelo contrári0, aliás. É até difícil descrever o quanto a moça me impressionou e surpreendeu no adocicado, mas profundo, Marley & Eu. Eu, que fui ao cinema esperando uma atuação matadora de Owen Wilson, algumas gracinhas e um final devastador, acabei absolutamente comovido pela personagem de Jen, em atuação brilhante. Mas, é fato: apesar de linda, talentosa e tudo o mais, a americana de 41 anos ainda não aprendeu a escolher seus papéis. Seus filmes são, quase sempre, daqueles “bonitinhos”, que todo mundo vê e acaba gostando, mas que não acrescentam nada a experiência (cinematográfica ou de vida) de ninguém. Caçador de Recompensas até tem uma premissa original: separado, o caçador de recompensas Milo (Gerard Butler) recebe a missão de prender a ex-mulher, a repórter Nicole (Jen), após esta faltar a uma audiência para conseguir pistas para uma matéria. Daí em diante, dá pra você imaginar (quase) tudo que ocorre no filme.
Como comédia, Caçador de Recompensas é até competente. Faz rir especialmente com a persona de Milo, encarnada com o carisma canastrão de sempre por Butler, um desbocado personagem que só posa de bem-sucedido. Para quase todos os efeitos, se o espectador pensar um pouco, Milo está longe disso. Jen, por sua vez, tem seus momentos cômicos, mas carrega quase toda a carga emocional do filme praticamente nas costas. Faz um bom trabalho, mas não é favorecida por um roteiro que se aprofunda na relação entre os personagens mas deixa as sutilezas de cada um quase de fora da mistura. Enfim, o Caçador escrito por Sarah Thorp (A Marca) é um bom filme de casal e uma boa comédia, mas não parece contar com personagens de verdade para se movimentar pela história que, aliás, pula de galho em galho sem saber o caminho certo a seguir. Ah, e como sempre nesses filmes “bonitinhos”, o diretor é mero acessório. Jen certamente merce algo melhor.
Nota: 6,0
[Nicole]: “A vida é sobre cometer erros”
[Milo]: “E a morte é sobre querer ter cometido muitos mais”
(Jennifer Aniston e Gerard Butler em “Caçador de Recompensas”)
2 comentários:
Acho que eu iria gostar dos dois filmes, e a Jennifer Aniston já fez um papel diferente no filme "Por um sentido na Vida" ... apesar de que realmente ela poderia já ter feito outros ....
Caçador de Recompensas foi uma enorme decepção.
Sempre gostei da Jennifer Aniston (mentira, sempre amei). Reconheço sua falta de habilidade em escolher bons papéis, mas sempre espero que seja algo realmente bom.
Quando vi que Jenny faria um filme com Butler, pensei "vai ser sensacional!" Afinal, também tenho apreço pelos trabalhos dele.
Nunca vou esquecer O Fantasma da Ópera de Joel Schummacher com Butler e Emmy Rossum, e nem 300.
Enfim, achei Caçador de Recompensas muito ruim. Um dos piores de 2009.
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