Review: Dirty Computer (álbum e filme)

Janelle Monáe cria a obra de arte do ano com um álbum visual espetacular - e que desafia descrições.

30 de mai. de 2011

Dez bons álbuns do primeiro semestre (Parte I)

Se estivéssemos no ano passado, a essa altura do campeonato, no finalzinho dos cinco primeiros meses do ano, mal teríamos sobre o que falar por aqui na semana de música. Não que 2010 tenha sido ruim: tivemos alguns excelentes lançamentos, e as grandes marcas do pop continuaram fortes frente a concorrência. Mas que 2011 começou a todo vapor, isso começou. Teve volta de grandes medalhões do pop, retornos esperados, revelações que ainda vão dar o...

27 de mai. de 2011

05 eternos coadjuvantes

O cinema tem dessas surpresas, e desses vícios. Quando um protagonista não é forte o bastante, quando uma linha narrativa não é sólida o bastante, e quando um ator bom o bastante é posto meio que de escanteio no papel, uma curiosa inversão pode acontecer, e o coadjuvante pode muito bem virar mais protagonista do que se esperava. Às vezes não é nem a qualidade do filme, nem a do ator principal: é só a notável pungência da interpretação desses coadjuvantes...

23 de mai. de 2011

JOGO RÁPIDO: “Amelia” + “Caçador de Recompensas”

Amelia (Amelia, EUA/Canadá, 2009) Uma produção da Fox Searchlight Pictures… Dirigido por Mira Nair… Escrito por Ronald Bass & Anna Hamilton Phelan… Estrelando Hilary Swank, Richard Gere, Ewan McGregor, Christopher Eccleston, Joe Anderson, Cherry Jones, Mia Masikowksa… 111 minutos Amelia Earhart foi uma mulher extrarodinária. Nascida no mesmo Kansas de Dorothy Gale, com o sotaque caipira americano típico soando forte na voz...

16 de mai. de 2011

Sobre… - “Judas”, os limites da arte e a liberdade de expressão.

“Ela sabe exatamente o que está fazendo. E ela o fez tão bem quanto poderia ser feito num video-clipe”. As palavras não sem nem minhas, nem de algum fã que compactue com a minha crescente noção de que Gaga é artisticamente excepcional. Pelo contrário, elas vêm justamente de quem mais tenderia a criticá-la na nova tour de force polêmica que foi o videoclipe de “Judas”, segundo single do vindouro álbum Born This Way, cujo lançamento está marcado...

13 de mai. de 2011

BOT, por Vinícius Cortez (Parte II de II)

O inspetor rodou pela sala por mais alguns minutos. Ora parava em frente à janelinha da porta como se quisesse chamar alguém a quem pedir ajuda, ora caminhava junto à parede com uma mão apoiando a testa. Se não fossem dois bots, Gabriel e Ian se assustariam com a aspereza da voz com que o inspetor ordenou ao último que saísse da sala. Houve uma breve hesitação, mas o bot acedeu e se retirou em silêncio. — Gabriel, preciso que você desfaça sua...

11 de mai. de 2011

BOT, por Vinícius Cortez (Parte I de II)

A parede foi aos poucos voltando à sua cor original, acompanhando o desvanecer das imagens que há pouco estavam nela com um suave som quase como o de um folhear de páginas. O inspetor estava parado na cadeira, seus olhos arregalados e sua mão direita, a que não tamborilava nervosamente na mesa, coçando o queixo que já se cobria dos pêlos de uma noite insone. — Então é isso, hum... — ele pigarreou — Era isso que estava nos seus arquivos de memória?...

9 de mai. de 2011

Delírio Noturno, por Caio Coletti

Que tipo de escritor eu sou? Não tenho insights, não faço comparações, não tenho desses momentos súbitos de inspiração. Talvez eu não seja um escritor, no final das contas. Talvez Rilke estivesse errado, e aqueles que realmente precisam escrever, aqueles que fazem de cada linha uma forma de descobrir a si mesmo, talvez esses sejam os destinados a serem qualquer outra coisa, que não escritores de verdade. Para se entregar por inteiro a ficção, é...

6 de mai. de 2011

Quem um dia irá dizer que não existe razão?, por Renan Barreto

Certa vez estava eu caminhando sem uma direção a ser seguida, caminhando por caminhar. Ouvia uma bela canção, pensava no que escrever: um conto, uma poesia, um capítulo novo do mangá ou do livro que estava trabalhando. Mesmo que o mundo estivesse em plena ebulição, minha mente parecia mais conturbada e caótica do que quaisquer influências externas. O mundo para mim estava cinza e parado. Sem notar eu estava próximo à faculdade. Já se passaram alguns...

2 de mai. de 2011

Incompleto, por Caio Coletti

O que você me diz? Milhares de sub-tons me dizem para me acalmar, tomar um pouco de ar e sentir como se nada pudesse me segurar se eu caísse. Sozinho. Só assim eu consigo criar. Como se fosse a última pessoa do mundo, e como se tudo se resumisse ao que encerra meu corpo, tão pequeno e frágil perto da imensidão de um mundo capaz de esmagar cada um de nós com a mera pressão do ar a nossa volta. E nada é feito para fazer sentido. Nada. Nenhum acorde,...