11 de fev. de 2011

Não tenho estilo, tenho muita coisa para dizer. E digo, por Talita

reflexão (nunk excruir)talita 1

Li certa vez em um daqueles sites de astrologia que meu nome carrega a personalidade de alguém que vive só. Intrigada com tal fato, comecei a observar se eu realmente sou uma pessoa solitária. Por incrível que pareça, descobri mais do que imaginei que pudesse. E na verdade, não é tão ruim conviver com a solidão, já que ela me faz aprender e aguçar meu lado autocrítico. De tanto refletir sobre as coisas que acontecem comigo e com todos à minha volta, fiquei surpresa com a mudança de comportamento que o ser humano sofre ao longo de sua existência.

É claro que o assunto não surgiu do nada, pois já havia pensado em escrever sobre o tema. As ideias para realizá-lo; porém, afloraram em minha mente depois que passei horas lendo A Metamorfose, de Frank Kafka (provavelmente você nunca ouviu falar, mas eu recomendo a todos os amantes da filosofia). Enfim, depois de ter me inspirado com uma história fascinante, estou aqui para provar nossa incapacidade de perceber como o tempo passa diante dos nossos olhos. Eu sei que pode parecer muito individualista ficar contando minhas próprias experiências, entretanto espero que alguém em algum lugar do universo possa se identificar e não se sentir só, como me encontro agora.

Quantos aqui já estiveram assustados com a mudança de atitude de outros indivíduos? E ainda arrisco afirmar que muitos já se frustraram quando encontraram seus velhos amigos agindo de modo estranho e às vezes incompreensível. Mas, ao contrário dos outros textos (os quais muitos consideram depressivos ou negativistas), vim declarar que sou completamente a favor de que as pessoas se transformem. Não estou ficando louca. Sei bem como é árduo ter que aceitar que seus amigos, pais, maridos, namorados e conhecidos mudaram. Como é nostálgico olhar aquele ser e não reconhecê-lo mais. Não dá para mudar os fatos, então acostumar-nos-emos  com eles (olha a erudição). Brincadeiras à parte; proponho que você, lendo meus pensamentos, corra adiante de sua própria linha do tempo e perceba como a vida te moldou; quantas coisas você deixou para trás e quantas palavras foram esquecidas e totalmente perdidas. Incrível tudo isso, não é mesmo? Em particular, sou fascinada pelo ser humano e suas reações diante de certas situação e, por este motivo, continuo em busca do sonho de um dia poder estudá-lo por completo. Enquanto não chego lá, fico tentando me conformar com o pouco que possuo.

Pouco, mas não menos profundo. Sinto-me outra Talita agora. Não sou mais a mesma de ontem, nem a mesma do segundo anterior. Visto-me de modo diferente; mudo a minha caligrafia; escuto músicas distintas; aprecio livros de psicologia e falo de um modo que nunca havia feito antes. E como se não bastasse: prossigo sem me conhecer por dentro. Talvez seja por isso que cada expiração me deixe mais intrigada ainda.

Enfim, posso repousar realizada por ter me provado que todas as mudanças físicas são somente reflexos das mentais. O mundo mudou seu modo de pensar e seus habitantes se adaptaram do modo que podem. Essa é uma questão que vai além da Seleção Natural. Perdoe-me; querido Charles Darwin, mas sua louvável teoria não faz menção a uma das mais belíssimas características humanas: a possibilidade de pensar. E sem mais explicações, limito-me a pedir desculpas aos meus amigos por tê-los magoado com minhas constantes e estúpidas mudanças. Aproveito para ressaltar que passo a amá-los ainda mais, por entender que eles estão se renovando a cada momento, tornando-se mais fortes e batalhadores. Sigo meu caminho, descobrindo uma das minhas mil faces: a paixão por escrever.

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http://losemy-breathe.blogspot.com/

Say my name, say my name/ If no one is around you/ Say ‘baby, I love you’/ If you ain’t running game/ Say my name, say my name/ You actin’ kind of shady/ Ain’t calling me baby/ Why the sudden change?”

(Destiny’s Child em “Say My Name”)

2 comentários:

Talita Rodrigues. disse...

Adorei estar aqui no seu blog.
Obrigada mesmo por acreditar nos meus textos !
Beijo :)

Anônimo disse...

Ummm, Caio, diz pra essa Talita ter cuidado! Sempre quando penso no Kafka eu o imagino sentado na cama, meio coberto e tuberculoso, macilento, doentio, escrevendo a Carta ao Pai e destruindo a própria vida com perguntas. É muito doído.