4 de fev. de 2011

Cinco músicas imortais dos anos 2000

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Há músicas boas. Há hits. E, embora os críticos mais enjoados insistam em dizer que não, os anos 2000 continuam, sim, produzindo aquele tipo de música atemporal, que vai atravessar os anos e ser lembrada, no futuro, como clássico. Ou não. Pode ser que elas marquem apenas um momento específico de crescimento e descobrimento para uma “geração nada” que ainda não achou seu lugar no mundo. De uma forma ou de outra, elas vão além dos discos para os quais foram feitas, muito freqüentemente das próprias bandas e intérpretes pelos quais foram gravadas, e se tornam, como toda arte deveria se tornar, entidades separadas, atemporais. Eternas. Aquela canção que, mesmo anos depois, você consegue ouvir sem pensar “que música velha!”. Não, música boa não tem idade. Por acaso, por mérito ou por significado, aqui vão 5 músicas imortais dos anos 2000 (e mais duas menções honrosas no final, é claro).

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5º lugar – “Here Without You” (3 Doors Down, Away From The Sun, 2003)

Eu sei que o 3 Doors Down vem de uma leva medíocre de bandas de pop rock que precedeu o movimento emo, ao lado de coisas como The Calling e Goo Goo Dolls. De uma forma ou de outra, toda geração precisa de um hino para a fossa, e o jovem anos 2000 adotou o terceiro single do segundo álbum da banda, Away From The Sun, como a sua trilha-sonora depressiva. O curioso é que a letra (bela a sua maneira) fala de saudade, mas não diretamente de perda, como assinala “e esta noite, garota, somos apenas eu e você” no final do refrão. Ainda assim, a balada eficiente do 3 Doors Down ficou marcada como a canção melancólica imortal dessa nossa década.

Eterna em dois versos: “"Everything I know, and everywhere I go/ It gets hard but it won’t take away my love”

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4º lugar – “Apologize” (OneRepublic, Dreaming Out Loud, 2006)

Pode ser que Ryan Tedder, como compositor, tenha produzido mais canções memoráveis do que como frontman do OneRepublic. Mas, que “Halo” e a voz de Beyoncé me perdoem, nada é capaz de superar “Apologize”, a canção que dá a banda americana o título de one-hit-wonder. Com tema absolutamente universal (“é tarde demais para pedir desculpas!”), o cello que é a marca registrada da banda funcionando a todo vapor e a composição sempre muito melódica de Tedder, o single-maior do primeiro disco da auto-proclamanda banda “sem gênero” é daquelas canções que se apegam fácil ao inconsciente coletivo mundial. Ponto pra Tedder, que devia ser mais reconhecido.

Eterna em dois versos: “I’d take another chance, take a fall, take a shot for you/ And I need you like a heart needs a beat, but it’s nothing new!”

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3º lugar – “Can’t Get You Out of My Head” (Kylie Minogue, Fever, 2001)

Poucas vezes uma canção teve um título tão acertado. Fruto-maior da performer australiana Kylie Minogue nesse século, retirada direto de seu álbum mais vendido na América, Fever, “Can’t Get You Out of My Head” (“não consigo te tirar da cabeça”) é provavelmente a canção mais grudenta desde sempre. Se Kylie poderia ser mais reconhecida do que é, a célebre canção de 2001 foi um momento de glória para compensar todo o descaso que os americanos constumam dispensar a ela. E não é a toa: além de grudenta, a música é dona daquelas melodias descomplicadas que agradam aos ouvidos, e a voz de Kylie nunca soou tão genuína.

Eterna em dois versos: “There’s a dark secret in me/ Don’t leave me locked in your heart!”

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2º lugar – “Beautiful Day” (U2, All That You Can’t Leave Behind, 2000)

É impressionante a longevidade do U2. Nas paradas desde os anos 1980, não importa o quanto se reinvente, o grupo irlandês sempre volta com força no imaginário do público a cada novo álbum. Em 2000, com o alegre All That You Can’t Leave Behind, não foi nem um pouco diferente, e não há canção mais simbólica da presença do U2 no nosso século do que “Beautiful Day”. Os backing vocals viajantes, a produção que combina os sintetizadores do produtor Brian Eno com a vontade do U2 de construir uma sonoridade mais direta ao ponto, nada paga Bono entoando que “é um lindo dia, não deixe ele escapar”. Absolutamente eterna.

Eterna em dois versos: “What you don’t have you don’t need it now/ What you don’t know you can feel it somehow!”

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1º lugar“Crazy” (Gnarls Barkley, St. Elsewhere, 2006)

Eles são o símbolo dos “one-hit-wonders” do século XXI. Amados pela crítica, o vocalista Cee Lo Green e o DJ/produtor Danger Mouse se juntaram em 2006 para fazer do projeto Gnarls Barkley um capítulo a parte na música pop. O disco de estreia é recheado de pérolas do soul-eletrônico da banda, mas nada supera “Crazy”, canção sobre “como as pessoas só levam um artista a sério se ele é insano” gravada em um take, com instrumental e melodia inspirados pelo trabalho de Ennio Morricone nos velhos western italianos. Mas acabou que letra, clima e clipe se tornaram uma ode a forma como todos nós somos, um pouco que seja, loucos de pedra.

Eterna em dois versos: “My heroes had the heart to loose their lives out on a limb/ And all I remember was thinking I wanna be like them”

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“It’s a damn cold night/ Trying to figure out this life/ Won’t you?/ Take me by the hand, take me somewhere new/ I don’t know who you are, but I/ I’m with you”

(Avril Lavigne – “I’m With You” – Let Go – 2002)

“It’s not always rainbows and butterflies/ It’s compromise that moves us along/ My heart is full and my door’s always open/You come anytime you want”

(Maroon 5 – “She Will Be Loved” – Songs About Jane – 2002)

2 comentários:

Rubens Rodrigues disse...

"Here Without You" é mesmo a canção, diga-se de passagem, brega da década. rsrs Pra falar a verdade, é uma das melhores músicas do 3 Doors Down, junto de Kryptonite e Loser. "My Immortal", do Evanescence, também leva o título.

Acho que o único erro da lista foi "Apologize". Tudo bem que o tema é universal, mas a música não é lembrada com deveria.

P.s.: Eu sempre vou lembrar de "Can't Get You..." no episódio dos Simpsons. rsrs

Mateus Souza disse...

Para falar a verdade só gosto da primeira colocada (principalmente da versão tocada com fantasias de Star Wars). Não acho que essas músicas marcarão história. Na verdade, já nem lembrava delas, hehe.

Abraço!