por Caio Coletti
A Wikipédia americana define o termo “EP” (extended play) como “uma gravação musical que contém mais que um single, mas é curta demais para se classificar como um álbum ou LP (long play)”. Antes populares especialmente entre bandas indie e punk, os EPs hoje estão consolidados como uma excelente forma de novos artistas conseguirem público para uma estréia em álbum com repercussão, de alguma forma, mais garantida. Os cinco EPs listados aqui datam dos últimos 12 meses, e preparam terreno para a chegada (algumas já com data marcada, outras não) de bandas e artistas que ainda vão dar o que falar. Ou, no mínimo, vão produzir muita boa música. De uma forma ou de outra, vale a pena conferir.
5ª posição – Bangarang (Skrillex)
Uma verdade sobre música: talento quebra preconceitos. Se você anda meio irritado com a onda do dubstep, que tem invadido o terreno da cultura pop, do Born This Way de Lady Gaga ao Talk That Talk de Rihanna, passando pelo sucesso absurdo do LMFAO, dê uma chance a Skrillex antes de odiar o gênero. Nascido Sonny John Moore, o americano de 23 anos faz eletrônica com o selo de qualidade de quem realmente entende de música e sabe que ela pode sim surgir de qualquer lugar. O som de Skrillex é denso, pesado, cheio de reviravoltas de ritmo e muito fragmentado, mas também é capaz, de alguma forma, de seduzir o ouvido mais destreinado a apreciar as pequenas belezas que até o dusbtep pode oferecer. “Summit”, parceria com Ellie Goulding, é a prova cabal.
Essencial ouvir: Breakn' a Sweat – Summit
Quando vai ter mais? São só rumores, mas o primeiro álbum do DJ pode se chamar Voltage, e ser lançado ainda esse ano (sem data exata definida).
4ª posição – Nights Like This (Icona Pop)
Duas moças da Europa Oriental cantando música pop pode acender uma luz de alerta naqueles que ainda tem saudades do t.A.T.u., mas a história com o Icona Pop é outra. Caroline Hjelt e Aino Jawo são as suecas da vez, ou ao menos deveriam ser. Nights Like This, o primeiro EP da dupla de cantoras, multiinstrumentistas e compositoras, é recheado de potencial único, com as melodias vibrando num estilo que se volta para o indie sem perder de vista o eletrônico, batidas grandiosas e vocais hora sussurrados, ora berrados em conjunto. A orientação meio tropical do grupo é surpreendente vindo da música sueca, e há algo na identidade visual dos clipes de “Nights Like This” e, especialmente, no de “Manners”, que eleva as garotas a um nível diferente como artistas.
Essencial ouvir: Nights Like This – Manners – Lovers to Friends
Quando vai ter mais? A pouquíssima informação que se tem sobre a dupla, infelizmente, não inclui a data de lançamento de um álbum de estreia.
3ª posição – As If! (Sky Ferreira)
Robyn não é o bastante para você? O vibrante Head First do Goldfrapp já enjoou? Com saudades da era Blackout da Britney? (vamos confessar, a única que realmente prestou). Seus problemas acabaram! Sky Ferreira é a solução. A americana de descendência portuguesa, brasileira e nativo-americana, amiga de Michael Jackson na infância e que se diz influenciar tanto por Spice Girls e Blondie quanto por Serge Gainsbourg e Alice Cooper faz um som que é puro deleite e pastiche pop, mas nada que ultrapasse os limites do bom gosto estilístico (musical e visualmente falando). No EP de estréia, a moça consagrada como modelo entrega balanço característico em “Sex Rules”, garra vingativa em “99 Tears” e “Traces”, e pura genialidade em “108”.
Essencial ouvir: 108 – 99 Tears – Sex Rules
Quando vai ter mais? Wild Heart, o álbum, não tem data de estréia, mas a moça disse no seu Tumblr que o primeiro single sai ainda esse mês.
2ª posição – Buried Sessions of Skylar Grey + Invisible + Dance Without You (Skylar Grey)
Talvez você não saiba, mas conhece a voz de Skylar Grey. Ainda ruiva e sob o nome de batismo, Holly Brook cantou no hit único do Fort Minor, “Where’d You Go”. Já em encarnação morena e endiabrada, Skylar deu as caras em “I Need a Doctor”, o retorno de Dr. Dre, no hit “Words I Never Said”, de Lupe Fiasco, e ainda permaneceu atrás das cortinas, como compositora, na canção-evento “Love The Way You Lie”, gravada por Rihanna e Eminem (a versão demo com sua voz, aliás, é de se aplaudir). O nome mudou, mas a música nem tanto: Skylar parece manter o cerne de sua música na sensibilidade densa do álbum que lançou como Brook, intitulado Like Blood Like Honey. Claro, se a gente puder ouvir logo algo novo, vai ser mais fácil confirmar.
Essencial ouvir: Invisible – Dance Without You – Like Blood Like Honey
Quando vai ter mais? A gravadora promete o lançamento de Invinsible, o álbum de estréia, desde o ano passado. Já pode começar a ter medo que vire um daqueles projetos “um dia sai”?
1ª posição – The Drummer + DJ, Ease My Mind + The Fox (Niki & The Dove)
Representante número 2 do novo synthpop sueco nessa lista, o Niki & The Dove é realmente uma pequena jóia a ser apreciada. Quem toma a frente do projeto é a dupla Malin Dahlström (vocais) e Gustaf Karlöf (teclados), e o som é algo como se o iamamiwhoami resolvesse fazer uma parceria com o Goldfrapp, tudo embalado por vocais de fazer inveja a islandesa Björk. Mistura exótica, mas que funciona na apoteótica “DJ Ease My Mind”, na libertadora “The Fox”, dona de percussão e sequencia de sintetizadores absolutamente marcante, e na série de canções de vibe mais indie pop do principal EP da banda, o The Drummer. Destaque também para o belíssimo clipe de animação atrelado a “The Fox”. Trabalho de se babar em cima, sem exageros.
Essencial ouvir: DJ Ease My Mind – The Fox
Quando vai ter mais? O álbum de estréia, intitulado Instinct, está marcado para 14 de Maio.
“…I’ve grown a handsome tall tree, mother/ And I want to bear a fruit for you/ And I’ve carried your fears and your hopes, father/ It’s so heavy on my back, oh you should know/ Catch some sleep…
I wanna find the eagle’s nest/ Oh take me with you/ And I’ve been waiting a lifetime for this/ And I’m ready/ It doesn’t leave me, I’ve been up all night/ They call me crazy/ But I wanna see what the sky looks like/ From your view”
(Niki & The Dove em “The Fox”)
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