17 de dez. de 2015

Você precisa conhecer: Lapsley é uma das artistas jovens mais independentes do momento

 

por Caio Coletti

Natural de Liverpool, na Inglaterra (a lendária cidade-natal dos Beatles), Holly Lapsley Fletcher, conhecida artisticamente apenas pelo nome do meio, é uma garota-prodígio. Atualmente aos 18 anos, a loirinha vem postando músicas no Soundcloud desde o ano passado, sendo notada por nomes de destaque da indústria britânica (principalmente a apresentadora de TV e DJ Annie Mac), o que lhe garantiu destaque e o título de artista para se observar em várias listas e prêmios prestigiados. 2015 foi o ano em que ela mergulhou de cabeça na produção dos seus primeiros lançamentos por uma gravadora, mas vale a pena explorar o que Lapsley lançou antes de conquistar a indústria.

O EP Monday, disponível no Spotify e também no Soundcloud da cantora (ouça logo aí embaixo) é uma obra de simplicidade ímpar, mostrando as tendências minimalistas de Lapsley e mesmo assim criando melodias e batidas geniosas para canções rápidas e fulminantes. Para quem gosta de música eletrônica com um quê de jazz e melodias clássicas, vale a pena – o resultado é surpreendentemente cativante e moderno:


Foi o single “Station”, no entanto, que colocou Lapsley definitivamente no mapa. A canção é um dueto improvável, já que ambas as vozes (uma distintivamente masculina e outra distintivamente feminina) são performadas pela própria Lapsley, com o auxílio de uma ferramenta de distorção de vocal. A química estranha da canção, que toma todo o tempo do mundo para desenhar uma linha crescente, funciona de um jeito inesperado – “Station” é uma faixa inteligente e emocional, liricamente complexa mas tremendamente eficiente em transmitir o mood da mensagem. A partir de “Station” (veja o clipe logo aí embaixo), ficou claro que Lapsley podia fazer qualquer coisa.



“Bom, eu ouço muita música eletrônica, mas eu venho de um background que é bastante clássico – eu toco piano, violão e oboé. Eu só queria fazer o tipo de música que eu ouviria, então eu fui para o GarageBand e experimentei”, ela contou ao site The Skinny. Com o sucesso (relativo) de “Station”, as entrevistas começaram a pipocar, e a história da jovem inglesa, as influências que a levaram até onde estão, começaram a ficar claras. Ela conta ao i-D que ouvia muito jazz com o avô e, ao mesmo tempo, Fatboy Slim, The Smiths e Kate Bush com os pais – as raves britânicas também foram uma inspiração para buscar batidas e elementos da música eletrônica.

Mais uma coisa: não espere nada além de muita confiança em si mesma vindo de Lapsley. “Eu não gosto da fricção de estar em uma banda”, ela contou ao The Skinny. “Eu tenho minhas próprias ideias e eu não quero ninguém me dizendo ‘isso é certo, isso é errado’. Se eu faço por mim mesma, só eu tenho o controle”. Ela também é sincera quanto aos objetivos: “Eu quero ser respeitada nessa indústria, basicamente. Isso não quer dizer necessariamente estar nas paradas, cantar no Jools Holland ou ganhar o Mercury Prize… essas são coisas legais, mas eu quero que os outros músicos digam ‘eu respeito essa pessoa, eu gosto da sua música’”.

A impressão que fica ao conhecer Lapsley é que ela é uma artista independente na melhor e mais simples acepção da palavra. Para ela, ser independente não significa necessariamente estar fora do sistema de gravadoras, mas sim ter autonomia para tomar suas próprias decisões e idealizar sua própria música. É por isso, também, que ela é uma artista que vale tanto a pena acompanhar a partir daqui, como os mais recentes singles como “Brownlow” (ouça aqui) e “Falling Short” (aqui) demonstram.

A coroação desse começo de carreira para Lapsley, no entanto, é provavelmente “Hurt Me”, uma canção de decepção amorosa tão tremendamente bem idealizada, escrita e interpretada que nos chamou a atenção para essa interessantíssima nova artista da sempre prolífica cena musical inglesa. Veja o clipe aí embaixo!

Para quem gosta de: Mikky Ekko, Kindness, BANKS, Active Child

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